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Estudantes prestes a serem despejados na China: JPAI pede intervenção do Governo

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A Juventude do PAICV convocou hoje a imprensa no Mindelo para pedir uma intervenção urgentes dos ministros da Educação e dos Negócios Estrangeiros em relação a situação dos estudantes bolseiros na China, sobretudo os que já concluíram a sua formação e, por isso, tiveram as bolsas suspensas. Sem dinheiro para honrar os seus compromissos, Fidel de Pina afirma que estes estudantes podem ser despejados das residências. 

Este apelo vem reforçar um outro feito antes por estes estudantes, mas ainda sem qualquer resposta concreta. Segundo Fidel, foram abordados telefonicamente por estes estudantes e a JPAI está altamente preocupada porque a sua situação é constrangedora e está a causar um enorme pânico. “Esses estudantes ja tinham feito uma denuncia publica, mas até agora não tiveram qualquer resposta. Sao mais estudantes que ja concluíram a sua situação. São bolseiros, mas as bolsas  foram suspensas e, neste momento,  estão desprovidos financeiramente. Temos relatos de situações em que as residências estão a estes estudantes para entregarem os espaços”, relata.

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Perante este quadro complexo, o presidente da JPAI Apela ao diálogo com as autoridades para que se possa resolver este problema, que considera inaceitável e intolerável. “Entendemos que não é preciso que haja pressão para que se resolva esta situação. Estes estudantes já viveram momentos difíceis com o confinamento, que foi mais amplo e rígido na China. Sabe-se que a pandemia da Covid-19 teve epicentro na China e agora fala-se em peste suína. Estes estudantes querem regressar a Cabo Verde”, garante. 

O problema, diz, é que já gastaram muito dinheiro com os tramites burocráticos, nomeadamente com o diploma, emolumentos e outros documentos que têm de trazer para o país e a passagem pode custar mais de 300 contos. “Fica complicado porque as bolsas foram suspensas. Estamos solidários com estes estudantes. Fala-se em voos de repatriamentos dos estudantes no Brasil e também na Bolívia, mediante o pagamento de uma taxa de 300 bolares. Mas não há nenhuma informação concreta em relação aos estudantes que estão na China, inclusive na cidade de Wuhan.”

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Fidel de Pina diz não saber o número exacto de estudantes estão na China, mas lembra que pelo menos 25 subscreveram uma primeira carta enviada às autoridades cabo-verdianas. Lamenta, por outro lado, o silencio da embaixada, realçando que esta é uma situação em que se deve praticar a empatia. “A situação é altamente preocupante para qualquer pessoa em uma casa e que pode ser despejada a qualquer momento. Ou então que é-lhe exigida o pagamento da renda e não tem recurso. Por outro lado, muitos pais e encarregados de educação não podem neste momento apoiar estes seus educandos porque podem estar em lay off ou desempregados. A solução a nosso ver a faze-los chegar a CV ou então ajudá-los a manter-se na China”. 

O presidente da JPAI indica que a situação da Covid-19 ainda não está controlada e nem segura naquele país pelo que estes estudantes pedem uma resposta clara e objectiva às autoridades cabo-verdiana, sobretudo quando. “Vai ser esta semana ou próxima? Vão apoiar financeiramente estes estudantes ou facilitar o seu regresso? O que não se pode é ficar calado.”

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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