Governo lamenta mais de 30 mortos por Covid19 em Brockton
O Governo, através do Ministro dos Negócios Estrangeiros, lamentou no início desta tarde a morte de 30 cabo-verdianos em Brockton, Estados Unidos, por causa do Covid-19 e a contaminação de outros tantos. Luís Filipe Tavares fez estas afirmações na sequência de uma declarado ao país, no termino do encontro promovido hoje, por iniciativa do Primeiro-ministro, com os embaixadores e chefes de missões diplomáticas de Cabo Verde espalhadas pelo mundo.
Este encontro virtual foi, segundo o MNE, uma oportunidade para Ulisses Correia e Silva falar com estes diplomatas sobre a pandemia em Cabo Verde e as medidas adoptadas nas áreas social e económica, mas também de protecção dos cabo-verdianos. Na sequência, o PM ouviu destes relatos sobre a situação nos respectivos países. “Foi uma troca de informações muito importante”, garantiu o chefe da diplomacia.
Sobre este particular, Tavares aproveitou para lamentar algumas mortes nas comunidades, em particular nos EUA onde mais de 30 patrícios perderam a vida. “Registamos mortes também em França, Espanha, Portugal e Holanda pelo que aproveito, em nome do Governo, para endereçar as nossas mais sentidas condolências às suas famílias”, afirmou, aproveitando para deixar claro que as embaixadas de Cabo Verde vão continuar a trabalhar com as associações de cabo-verdianos para minorar o sofrimento das famílias, sobretudo, das pessoas que perderam parentes para covid19.
Destacou o apoio destas associações, os gestos de solidariedade que chegam dos quatro cantos do mundo e exortou os cabo-verdianos a continuarem esta onda para com os mais necessitados. “Gostaria agradecer os cabo-verdianos na diáspora. Apesar das dificuldades por que passam, continuem a ajudar as suas famílias aqui. Registamos quantias importantes que têm sido enviadas em remessas para o país, mas também donativos de vária ordem.”
Paralelamente, exortou os cabo-verdianos a cumprirem rigorosamente as recomendações e instruções das autoridades sanitárias e políticas destes países, regiões e cidades. Referiu em particular o caso dos EUA onde, afirma, há registo de muitos cabo-verdianos infectados e mais de 30 mortos.
Constatações e recomendações similares foram feitas pelo PM durante a reunião com os Embaixadores e Chefe de Missão no Exterior, altura em que destacou aquilo que chamou de “um aspecto muito positivo”, que são as mobilizações na diáspora no sentido de enviarem remessas para ajudar os mais necessitados em Cabo Verde, neste período de crise pandémica.
“É nessas circunstâncias também muito difíceis da vida das pessoas, das nossas comunidades que registamos esta ligação com a terra tem-se traduzido em remessas para as famílias. Em todas as ilhas, todos os concelhos há uma mobilização social muito forte, forte solidariedade e isto tem ajudado muitas famílias a ultrapassarem dificuldades que vivem. Particularmente as famílias mais vulneráveis”, destacou.
O Chefe do Governo falou as medidas restritivas tomadas antes da declaração da pandemia pela OMS e antes do primeiro caso em Cabo Verde. Citou, a título de exemplo, a interdição de voos internacionais, a seguir a interdição de transportes interilhas e outras restrições relacionadas com o distanciamento social. Mas deixou claro que, nenhuma dessas restrições impede a entrada e a disseminação do vírus no país.
Cabo Verde regista até o momento 114 casos confirmados, dois casos recuperados e uma morte. Santiago é a ilha mais afectada com 60 casos positivos, a Boa Vista contabiliza 53 e São Vicente um.