A Galeria Zero Point Art, localizada no Alto Miramar em São Vicente celebra esta segunda-feira, 18, o seu 10º aniversário com uma vasta programação, que inclui uma festival de cinema ambiental, diálogo com oradores nacionais e internacionais, uma exposição de pintura de Alex da Silva e partilha musical com Vasco Martins e convidados. As actividades se prolonga até o dia 04 de Dezembro. “São 10 anos de muito amor e generosidade”, disse Alex da Silva, num exclusivo ao Mindelinsite.
“Fazemos um balanço positivo destes 10 anos de existência do Zero Point. São dez anos de muita luta, perseverança de muito trabalho mas, acima de tudo, de muito amor. Digo sempre que temos um espirito de missão. A maior retribuição deste projecto, que erguemos e mantemos sem nenhuma ajuda, era que fosse mais acarinhado, quer por parte das autoridades como dos sanvicentinos”, afirma Alex da Silva. Este reconhece, no entanto, que tem um público fiel, mas esperava um maior engajamento social. “Este projecto é um compromisso que temos para com S. Vicente e Cabo Verde”.
Um compromisso que os amigos retribuem na mesma proporção, caso de Antonio Neves, que escreveu um texto de exaltação à esta galeria de arte e cultura de S. Vicente. “Há um misto de pequenez que se dissimula em humildade e audácia, em consolo ou angustia, quando um homem se coloca entre uma multidão que se acotovela seguindo o curso das águas e dos ventos, sem ele escutar (sem nos escutarmos!), sem escutar as notas e a melodia duma canção de embalar. Sim! Mindelo é uma canção… ”, escreveu.
Este indaga sobre o mote que moveu a concepção do Zero Point Art, que hoje celebra uma década: “o que há de mais palpável e simultaneamente imaterial naquilo que arte poderá ofertar à nossa cidade?”, para responder logo de seguida “são dez anos de resistencia, de sacrifícios, dedicação e empenho. Dez anos de reflexão e dúvidas, de determinação e partilha, de procura e entrega, de luta e candura”, pontua Neves, para quem, se todas estas palavras não bastam, são apenas dez anos de generosidade e amor.
Já para Vasco Martins, Zero Pint Art é o espaço do Alex. “Ele não gosta de ser assim tratado, o que é compreensível: um espaço é vocacionado para um ‘open space” sem o nome o nome de quem o fez. Mas na verdade o Zero Point está associado ao Alex, o artista. Dizemos: ‘ no ba pa Alex’” , diz Martins, realçando que aliás que, por diversas vezes, actuou neste espaço. “Gosto imenso. O som é bom, estou rodeado de quatros, tem uma boa promoção e design e o público é aconchegante”, justifica, que aproveita para elogiar ainda o ambiente circundante e a decisão de Alex de palmeiras que continua a crescer, numa cidade com poucas árvores.
“Em frente há uma casa antiga de águas furtadas que dá o seu encanto a rua. e sobretudo a pequena explanada filósofos ‘ de la Ville”, acrescenta este artista, para quem Zero Point Art é, sem duvida, uma das referências culturais de destaque da cidade do Mindelo e de Cabo Verde.
Constânça de Pina
