Tudo a postos para o arranque da 7ª edição do Morna Jazz Festival
Está tudo a postos para o arranque de mais uma edição do Morna Jazz World Música que acontece no domingo, 22, e na segunda-feira, 23, um festival que marca um dos momentos altos de um mês de actividades na Ribeira Bote em homenagem à Doutora Isaura Gomes, que residiu e muito fez para a comunidade da “Zona Libertada”, informa Ti Lela, vice-presidente da Associação Morna Jazz, responsável pela organização deste certame. Para o dia 28 de Setembro, está previsto o encerramento das actividades com um show de DJ e outros artistas, entre os quais Mo Green, Sams Fortes, Val Chalino, Ary Fortes, de entre outros.
Para estes dois dias de música, está previsto um leque de artistas diversificado que, segundo este nosso entrevistado, aderiram ao projecto. Assim, no domingo, estão previsto actuação do DJ Piduca, Black Poer, Lateral, Samba Groove, Fábio e Banda, My Roots, Ivone, Milanka Vera-Cruz, Manecas Fernandes, Moisés Évora, Manú Cabral, Solange Cesarovna, Jennifer Soledad e Rasta Pol. Para segunda-feira, o placo é dos DJ Fredy e wills Rodrigues, Loual, Cláudia Sofia e banda, Esquerdinha e banda, Ary Duarte, Mindel Broad Band, Cusinha d´Terra, Manú Ramos, Vamar Projec, Gay e banda, Irmãos Unidos e Rubera Roots.
Segundo Ti Lela este cartaz confirma o propósito deste festival ser um espaço para novos talentos da zona, da ilha e não só. “Já vamos na 7ª edição e, ao longo dos anos, por este palco passaram muitos artistas que se tornaram conhecidos em todo país. Hoje muitos pedem para participar no Morna Jazz e pedem mais tempo em palco. Normalmente os espectáculos de cada grupo ou artistas não excedem os 30 minutos, mas já estamos a discutir com os participantes e, possivelmente, a partir do próximo ano poderemos ter espectáculos em torno de uma hora para cada grupo ou artista”, garante.
Na mesma lógica, para além dos convidados da zona e de São Vicente, este ano o Morna Jazz recebe artistas de Santiago, Sal, Portugal, Bélgica, Holanda e Grécia. “São artistas que nos pediram para vir actuar e que, felizmente para nós, custeiam a sua vinda e não cobram cachê. Muitos são pessoas próximas do nosso presidente, Manú Rasta, e que aceitam participar no festival para ajudar no seu engrandecimento e afirmação. É uma enorme vantagem porque os nossos recursos são parcos. Somos uma associação sem fins lucrativos e que vive de apoio, principalmente dos nossos artistas, que são os nossos maiores patrocinadores.”
A par do festival, o programa dedicado à Ribeira Bote iniciou no dia 24 de Agosto com a realização de torneios de futebolim, boxe de rua, corridas de estafeta, ciclismo, atletismo, feira de saúde, cinema de rua, workshops de música para crianças, palestras de entre outros. Um dos momentos importantes das festividades foi a realização, no dia 14, da “Festa das festas”, um evento que reúne artistas de todas as zonas da ilha, desde tamboreiro, carnaval, dança, karaté, etc. Desde ontem, sexta-feira, a Pracinha da Escola da Rª Bote recebe uma feira de artesanato, com rendas, bordados, artigos de barros, de entre outros, feitos por artesãos da ilha.
Apesar destes sete anos, Ti Lela garante que este certame ainda não possui bases sustentáveis, o que obriga a que todos os anos trabalhem arduamente para a sua realização. “Temos um orçamento irrisório, que não chega aos mil contos, mas sempre ficamos muito aquém deste valor. Por causa disso, nem sempre conseguimos realizar todas as acções que propomos. Mesmo assim, de ano para ano temos vindo a melhorar. Esperamos, algum dia, conseguir os recursos necessários para fazer um evento a altura do prestigio da zona.”
Inauguração da creche adiada
Uma das grandes novidades previstas para este ano era a inauguração, na próxima segunda-feira, 23, de uma creche nas dependências da Casa da Criança, sob a gestão da Associação Morna Jazz. A demora na chegada de alguns materiais obrigou ao seu adiamento, mas Ti Lela mostra-se confiante que, no início de Outubro, este sonho se concretize.
“Conseguimos um financiamento da Embaixada dos Estados Unidos, que garantiu todos os equipamentos necessários. Vamos ocupar um espaço inutilizado a décadas na Casa de Criança para receber crianças de 01 a 03 anos, que os pais não têm condições de cuidar e nem meios para enviar para outras instituições, a troco de uma pequena gratificação. Estas crianças ficarão durante o dia sob os nossos cuidados e terão direito a refeições, horas de descanso e também alguns actividades lúdicas e educativas.”
Enquanto aguardam a vinda dos materiais ainda em falta, segundo Ti Lela, a Associação Morna Jazz tenta mobilizar padrinhos para as crianças, tendo em conta custos com o funcionamento e para pagar os salários dos educadores. A expectativa é de que esta creche venha a iniciar funções com 25 a 30 crianças, sendo que a capacidade máxima é de 40.
Constânça de Pina
Ribeira Bote é um lindo e intrigante mistério.
E dentro desse mistério, fica outro mistério – a “Ilha de Madeira”.
Uma zona com uma história de vicissitudes mas que , sem papas na lingua, a transformou há muito tempo, no orgulho de Sãovicente.
– Ali nasceu a revolta do Capitão Ambrósio que nos tempos de fome, cresceu de gente, desceu para o centro da cidade, arrombou os grandes e pesados portões dos armazéns para assaltarem os alimentos de que nacessitávamos para não morrermos à fome.
– Ali foi a primeira zona libertada de Cabo-verde, aliás, a única antes da independência, em que a Ribeira Bote se pronunciu perante as metralhadoras dos militares portugueses:
NÃO, AQUI VOCES NÃO ENTRAM PORQUE ESTA É A NOSSA TERRA E VAMOS LIBERTÁ-LA. FIQUEM DE AVISO!!!
Uma noite inteira até o raiar do dia, de tiros ecoando nos ares e balas nas várias paredes e muros, onde nos encontrávamos de pedras e coktéis molotóves às mãos.
– Ali reside a força dos incansáveis trabalhadores desse Porto Grande que germinou, definiu e formatou a sociedade e o destino desta ilha.
– Terra de mandingas, de carnaval, de grandes jogadores de futebol, de artistas de várias artes.
– Um orgulho, uma emoção, uma admiração, uma história por contar.
Por isso, pergunto-me se já não é tempo deste país começar a pensar numa forma de dar em troca à Ribeira Bote, um pouco daquilo que ao longo dos tempos tem dado a cabo-verde.
E tenho a seguinte sugestão:
Elaborar um plano para uma requalificação do bairro (casas, casotas, ruas, becos, oficinas de mandingas e a sua população), de modo a tranformá-lo num centro interpretativo aberto e vivo.
Quem pode trabalhar isso??
A população, estudiosos, artistas, a Câmara e a Assembleia municipais, os deputados nacionais pela ilha e o governo.
Fica aqui o desfio.
Se em S?vicente vive-se de mitos na Ribeira Bote esses mitos chegam a atingir níveis quase fantástico. Começamos por desmontar esse mito de zona libertada. Enorme mito urbano talvez o maior de Cabo Verde. Nunca houve em qualquer libertação de qualquer tipo. Ora de onde veio esse mito ? Na Guiné havia de facto zonas que eram controladas pelo PAIGC ou por outro a força das armas conseguiu-se vencer batalhas contra os portugueses e zona era então gerida digamos assim pelo PAI. Ora isso acontece na Ribeira Bote ? Não. O que aconteceu lá foi o que ainda hoje acontece. Bairro complicado ou as autoridades não entram à toa. Até a Polícia Nacional para fazer operações aí é preciso pensarem duas vezes e planearem tudo muito bem. Por lado devido à natureza do bairro por outro nunca sabem o nível de bandidos que podem encontrar aí. Isso já se passava nos finais de anos 60. E ser Zona libertada somente significa que havia un ou dois rufias que lançaram garrafas a arderem fugirem e embrenharam no emaranhado de casas de Ilha de Madeira. Ribeira Bote deu o que A Cabo Verde ??Nada. Vir aqui falar em dar em troca é disparate. Façam lá o vosso festival porque inauguração de creche fica como mais uma promessa….
Ribeira Bote é um lindo e intrigante mistério ???? Mistério eu concordaria. Mas lindo ? O que Ribeira Bote tem de lindo ? E já estamos crescedinhos para acabar com essa historinha de Ribeira Bote zona libertada ou não ? Mas deve ter razão. Num mundo de Fingir e fantasia Cabo Verde foi “libertado” portanto … Ribeira Bote também foi zona “libertada”. Agora resta somente saber o que significa “libertada”.
A inveja se apodera traiçoeiramente de nós como um auto-flagelo mortal, que discretamente arruina a nossa pretenção de algum dia podermos sair da eterna escuridão e ganhar convictamente a esperança de também algum dia podemos chegar a ser, seres mais evoluídos.
E isso só acontece quando ela nos apanha desprevenidos, despreparados.
Essa falta de preparação tem a ver com lacunas cognitivas, culturais, espirituais e morais estruturais, e com a percepção que construímos de nós proprios, como se passássemos a ver os outros através do nosso próprio espelho.
Vejamos!!
1) Deficiência NO PORTUGUÊS:
– Na Frase “Ribeira Bote é um lindo mistério”.
Só uma indomável ignorância a nível do Português, pode levar alguém a entender que a frase diz que “RIBEIRA BOTE É LINDA”.
Não sou domesticador de ignorância linguística, mas tentarei esclarecer:
A frase diz que, “O MISTÉRIO É LINDO”.
2) Deficiência CULTURAL:
Prometeu desmontar o mito e disse um rol de disparates, que de tão básicos, nem dá para perder tempo a esclarecer, mas, precisamente do tipo daqueles que já nos habituamos a ver nos comentários da TCV, e nos quais não só demonstrou desconhecer o assunto – Ribeira Bote, como também, pertencer ao grupo daqueles que decidem acreditar cegamente nas estórias e mitos inventados e contados lá na sua terra – Praia – contra toda e qualquer realização ou acontecimento da ilha do Monte Cara.
Nem sei como é que, como argumento contra, não teve a ideia de me esclarecer que Amilcar Cabral ou Nelson Mandela não estiveram na Ribeira Bote a comandar a luta!
3) Deficiência ESPIRITUAL:
S.Vicente vive de mitos??
Abre os olhos, os olhos do teu espírito e da alma (se estão lá!), e aperceberás muio facilmente que S.Vicente não vive de mitos.
S.Vicente, mesmo enfrentando os obstáculos ardilosalmente criados para lhe barrar o caminho, faz e faz acontecer permanentemente ao longo de toda a sua história.
E quando se faz e se faz acontecer, o resultado óbvio e natural é o surgimento de mitos que engrandecem e enquadram esses feitos.
Nada parecido com voces lá na Praia que todos os dias inventam mitos patéticos, sustentados num montão de esquemas e invenções.
4) Deficiência MORAL:
Ribeira Bote é uma terra de Bandidos onde a polícia tem medo de entrar??
Sugiro-te que te informes na polícia de S.Vicente (não na polícia da Praia obviamente), antes de falares.
Como te disse, esta é tua percepção de quem ainda não conseguiu sair da eterna escuridão mas, olha a ironia.
Mesmo que Ribeira Bote fosse uma terra de bandidos, a tua deficiência moral leva-te a olhar e a preocupar com a árvore, deixando tendenciosamente toda a floresta de lado..
ENTÂO, não és badiu?
Nunca ouviste falar da Praia que é o maior núcleo territorial e populacional do país?????
Nunca ouviste falar da cultura de construção desenfreada de Boca-bedju???
Nunca ouviste falar da cultura de crimes de omicídio por “dá-cá-aquela-palha”???
Nunca ouviste falar da cultura de raptos e mais raptos de crianças???
Nunca ouviste falar de sequestro de padres (de gente que só prega a palavra do bem)??? (Que mágoa, que sentimento de horror, que sentimento de repulsa têm contra tudo o que possa significar – “O BEM”???)
Nunca ouviste falar de grandes tráficos (de drogas, de pessoas, de influências, etc, etc, e mais etc)???
Nunca ouviste falar de grandes fraudes, burlas qualificadas, organização criminosa, só por vício cultural de gente sem carências económicas e académicamente instruída tais como, presidentes de Bolsas de valores, sub-gerentes bancários, responsáveis de serviços camarários, etc, etc, e mais etc????
Então, nunca ouviste falar em nada disso (e muito mais que nem vale a pena referir mais) e de repente vens descobrir que afinal, é o pequeno bairro da Ribeira Bote é que é a terra de bandidos???
A conclusão é que , se não nasceste ontem, significa que és portador duma deficiência moral (falta de moralidade) incurável.
Ha ha ha ha, mais um badiu esperto tentando denegrir e foi descoberto e se deu mal. Esses seres unicos em CV, sempre a espreita, para denegrir ou roubar algo, só que desta vez se meteu com a pessoa errada. Podem roubar a marca cesaria, festivais, carnaval, sao silvestre, mandingas só nao conseguem roubar o brilho. SV TEM BRILHO PROPRIO