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Índia: Cerca de 900 milhões de eleitores vão às urnas

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Cerca de 900 milhões de eleitores vão às urnas entre 11 de abril e 19 de maio na Índia, num gigantesco processo para eleições gerais que exigem a sua divisão em sete fases. Em disputa estão 543 assentos da Assembleia do Povo (Lok Sabha), dos 545 possíveis (dois são indicados pelo Presidente), para um mandato de cinco anos.

Em simultâneo, os eleitores irão às urnas para eleger os governos regionais dos Estados de Andhra Pradesh (sul), Arunachal Pradesh (nordeste), Odisha (leste) e Sikkim (nordeste), deixando de fora Jammu e Caxemira (norte), por requerer um amplo deslocamento das forças de segurança.

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Com cerca de 1,3 mil milhões de habitantes, 29 Estados e sete territórios, a maior democracia do mundo vai enfrentar em dois meses um processo complicado para o qual serão activadas um milhão de assembleias eleitorais, 100 mil a mais do que nas eleições de 2014.

O número de eleitores também cresceu ao longo dos últimos cinco anos, passado de 814 milhões para 900 milhões, o que representa a inclusão de 86 milhões de jovens que vão votar pela primeira vez, diz a Comissão Eleitoral da Índia (ECI, na sigla em inglês).

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Devido à magnitude dos números, as eleições ocorrerão em sete fases – em 2014 foram nove etapas – a serem realizadas em 11 de abril, 18 de abril, 23 de abril, 29 de abril, 06 de maio, 12 de maio e 19 de maio. A publicação dos resultados acontecerá a 23 de maio, segundo a ECI.

Um dos maiores desafios de um processo de tais dimensões é o transporte de urnas eletrónicas para as partes mais remotas do país, utilizando-se todos os tipos de transporte, incluindo os lombos de alguns animais. De acordo com o ECI, “depois de receber reclamações sobre a segurança das urnas eletrónicas”, os últimos 1,6 quilómetros do seu transporte serão rastreadas através de GPS.

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A taxa de analfabetismo é de 64,8%, de acordo com os últimos dados disponíveis, do censo realizado pelo Governo em 2001. Há mais de dois mil partidos registados. Entre os principais neste sufrágio estão o Bharatiya Janata (BJP), que está no poder, e o Congresso Nacional (conhecido como Partido do Congresso).

O primeiro-ministro Narendra Modi, do BJP, surge como o candidato favorito para a reeleição, embora em recentes eleições regionais, visto como um termómetro para o sufrágio geral, a sua formação não venceu em nenhum dos cinco Estados que foram a votos.

O principal partido da oposição, o histórico Partido do Congresso, da dinastia Nehru-Gandhi, alcançou entre novembro e dezembro vitórias em Chhattisgarh (oeste), Madhya Pradesh (centro) e Rajastão (oeste), fortalecendo a candidatura do seu presidente, Rahul Gandhi (neto da ex-primeira-ministra Indira Gandhi).

O partido sofreu a sua maior derrota ao obter apenas 44 dos 543 assentos nas eleições gerais de 2014 e ter perdido 162 assentos, a que se seguiu uma queda livre nas eleições regionais, tendo sido a formação que governou a Índia moderna na maior parte da sua história.

O Governo do BJP afirma ter fortalecido a economia da Índia nos últimos cinco anos, deixando um Produto Interno Bruto (PIB) de 6,6% no terceiro trimestre deste ano fiscal (de outubro a dezembro do ano passado), segundo os dados mais recentes oficiais disponíveis. No seu orçamento para 2019-2020, o executivo de Modi optou por uma acção mais populista, com os subsídios aos agricultores e trabalhadores do sector informal, e isenções fiscais para a classe média.

No plano político, Modi tem recebido mais apoios após o bombardeamento, que ocorreu em meados de março, de um alegado campo de treino do grupo terrorista paquistanês Jaish-e-Mohammed (JEM), no Paquistão, que reivindicou a responsabilidade pelo ataque a 14 fevereiro na Caxemira indiana, que provocou a morte de 42 polícias indianos.

Esta é a segunda vez na legislatura que o Governo de Nova Deli responde a um ataque por terroristas paquistaneses ou com base no Paquistão, algo que o primeiro-ministro enfatizou nos seus discursos ao comparar a sua ação militar à diplomacia de seus antecessores.

Em março, as redes sociais Facebook, Google, Twitter, WhatsApp e ShareChat aceitaram aderir a um código de ética voluntário em colaboração com a Comissão Eleitoral para conter a ameaça de informações falsas, prometendo retirar qualquer informação deliberadamente enganosa no espaço de três horas.

O Facebook e Whatsapp já lançaram serviços e medidas para evitar que notícias e perfis falsos que envolvam as eleições circulem neste meio de comunicação.

C/DN

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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