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Empresário detido e deportado de Portugal por causa de visto inválido

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O empresário cabo-verdiano Luciano Teixeira, que viajou de urgência para Portugal para comparecer ao funeral de um amigo, foi detido e deportado para Cabo Verde por falta de visto. Em entrevista ao TSF, este explicou que ao aperceber-se que o seu visto só era válido dali a dois dias, deslocou ao balcão do Serviço de Estrangeiro e Fronteiras (SEF) para pedir um novo. Mas, depois de 12 horas de espera, foi detido e deportado para o país.

Esta notícia faz hoje manchete em Portugal em quase todos os órgãos de comunicação social. Estes revelam que Luciano Teixeira chegou ao aeroporto de Lisboa na terça-feira, por volta das 5h30.  Deslocou de imediato ao balcão do SEF para pedir um visto de urgência para dois dias, mas foi encaminhado para o centro de detenção temporária, onde diz ter sido sujeito a maus-tratos e tratado como um criminoso. Para meu espanto, chegaram e levaram-me para um centro de detenção temporária, que para mim é uma cadeia. Tiraram-me todos os pertences, telemóvel, atacadores, tudo o que tinha no bolso, dinheiro, passaporte e puseram-me com outras pessoas que tinham realmente falcatruado vistos e outras situações.”, contou.

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Luciano Teixeira acusa ainda o SEF de não se preocupar com a situação e de o tratar de forma “humilhante”, apesar de ter apresentado documentos que provavam que a sua deslocação à aquele país era temporária, designadamente comprovativo de alojamento, dinheiro, cartão de crédito, passaporte e bilhete de regresso a Cabo Verde. “Uma pessoa que vai para Portugal para fazer asneira ou trabalhar clandestinamente não vai com seis mil euros no bolso, não vai com 20 mil escudos cabo-verdianos no bolso, e não vai com um bilhete de regresso. Foi humilhante, fui tratado como um clandestino, como um bandido. Não sei se posso chamar de negligência administrativa, mas houve realmente má vontade”.

O empresário não conseguiu o visto pedido e foi deportado na quarta-feira para Cabo Verde. À chegada ao país, comprou nova passagem para Lisboa e regressou a Portugal no dia seguinte, já com um visto válido. Agora, diz que está a pensar em pedir uma indemnização ao Estado português.

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Á TSF, o SEF disse que se tratou de um procedimento normal, adiantando que foi feita uma proposta de contraordenação à companhia aérea por transporte de cidadão estrangeiro não habilitado a entrar no país. Quanto ao visto de dois dias pedido no aeroporto de Lisboa, que podia ter sido emitido para resolver a situação, não foi prestado qualquer esclarecimento.

Desde 01 de Janeiro, a isenção de vistos permite a livre entrada em Cabo Verde de cidadãos de 32 países europeus. Desta lista, recorda-se, estão os 28 países da União Europeia – Reino Unido está em processo de saída – mais outros quatros que não fazem parte da UE: Suécia, Noruega, Islândia e Lichtestein. O Governo pretende ainda estender esta isenção ao Mônaco, San Marino e Andorra. Mas esta é uma medida que continua a ser contestada pelos cabo-verdianos, que almejam as mesmas facilidades, sobretudo quando acontecem situações similares ao deste empresário.

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C/TSF

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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19 Comentários

  1. Sinceramente, não vejo o porque da reclamação.
    Nós abrimos as fronteiras aos Europeus, é verdade, mas Europa não abriu as fronteiras…. podemos reclamar com o Governo por essa atitude, mas se o tipo não tinha visto válido para esse dia, é lógico que não lhe deixariam entrar, e foi tratado como se fosse nos EUA, em Canadá, ou até mesmo como são tratados alguns estrangeiros aqui em Cabo Verde.
    Sem visto não poderia entrar jamais, portanto não entendo o porquê do pedido de indemnização-

  2. Uma coisa é não ter visto de todo e outra é faltar umas horas para a entrada em vigor do visto . Faz tempo que os cidadãos europeus podem solicitar o seu visto à sua chegada nos nossos servilços de fronteiras e agora nem precisam de visto. Assim, tendo havido uma falha clara dos serviços de fronteiras cabo-verduianos que permitiram que ele seguisse viagem , bem como da companhia aérea, não é razão para que um cidadão respeitado no seu país e com ótimas referências seja tratado de forma tão desrespeitosa num país irmão . Não havendo reciprocidade de direiros nessa matéria, o mínimo que se espera é que hja um pouco mais de considreração entre os países pertencentes a uma mesma comunidade e que se dizem irmãos .

  3. O Luciano deve ter votado MPD. Se caso assim for reclama das facilidades que o ULISSES e companhia deram a Malta da Europa.

  4. Até agora não entendi o porquê da reclamação. Se é exigido um visto para entrar em Portugal e o visto deste cidadão Cabeverdiano já não tem validade, é óbvio que não pode entrar no País.

  5. Deportação é o processo de devolução compulsória, ao Estado de sua nacionalidade ou procedência, de um estrangeiro que entra ou permanece irregularmente no território de outro Estado. No caso, o Passageiro não entrou no país . O que aconteceu é que a sua entrada não foi permitida , daí não se tratar de uma deportação. Simplesmente não foi permitida a sua entrada de imediatao no pais de destino. Além disso o visto era válido sim. Simplesmente , faltavam umas horas para a sua entrada em vigor.

  6. Eu também ainda estou espantando com esta “Noticia”. Mas essa noticia é REAL ou é ANEDOTA ? Com que então um cidadão caboverdeano ta salta na Aeroporto de Portela em Lisboa e dirigi-se ao BALCÃO DA SEF PARA REQUERER UM VISTO DE ENTRADA NO ESPAÇO SHENCGEN ?? È ISSO MESMO ?????? Naaaaaaaaaaa. Eu devo ter lido algum coisa errada. Deixa-me ler outra vez. (RELENDO A noticia… …. ….. …..).

    Bom já li e até agora não consigo parar de rir as gargalhadas. Em que mundo de fantasia é que vive esse senhor ??? Mas há gente que consegue mesmo acreditar nisso : Que um Caboverdeano chega num balcão de SEF no Aeroporto de Lisboa a pedir um visto de entrada na Europa ? Eu não sei se isso é ingenuidade, falta de informação ou simplesmente alguém que não sabe como como é que funcionam as coisas no mundo dos Adultos. É que vivemos nesse mundinho chamado Cabo Verde e de facto nesse mundinho chamado Cabo Verde tudo é possível. Tudo é expediente. Tudo é “quel jeitinho”.

    Pois é senhor empresário isso é para servir-te de lição. Fora desse Cabo Verde onde acontecem coisas mirabolantes no mundo real a única coisa que seria possivel fazer estando um Inspector da SEF a ouvir um caboverdeano a pedir o visto de entrada no aeroporto de Lisboa era exactamente o que ele fez. Prender-te e deportar-te, e foste com sorte.
    Há discursos bonitos. Há conversa para boi dormir. Há conversas de treta. E o problema do caboverdeano é que pelos vistos ainda há alguns a acredirem nesses discursos.

  7. Como eles deixaram ele sair de cabo verde sem ter o visto na passaporte ñ entendo .pk ele é imprésario é so assim que a gente vé que em cabo verde te afantaje e para que tem posse .foi la rm cabo verde que ele fazeram merda em deixar ele ir para portugal sem ter visto

  8. Pelo amor de DEUS . Sr. Sapo Pseudo Intelectual. O Sr. Lucianio não seguiu sem visto . TINHA UM VISTO INTEIRAMENTE VÁLITO SIM . Simplesmente não foi avisado pelas entidades competentes que o visto não era para entrada imediata e como viajava numa situação de Muita Consternação, não se deu conta desse facto . Deus lhe de Muita Luz e permita que NUNCA SE SINTA Numa situação de consternação como a que ele vivia no momento ! No entanto, Muito Estranho é o Sr ter deixado Totalmente de fora os serviços de Frontera de Cabo Verde que o deixaram seguir viagem nessas circunstancias !

  9. Em momento algum o Luciano tentou ludibriar quem quer que fosse. Tenho a certeza que ele, tendo o Visto, nem reparou que tinha uma data para inicio de viagem. Tao somento isso mas,ate parece ser dor de cotovelo. O Luciano ia numa missao de apoiar os pais do amigo que com ele cresceu na mesma casa com todo o carinho como ss de um filho se tratasse.

  10. Esta situação coloca muito mal o Comando da Polícia de Cabo Verde – Estrangeiros e Fronteiras e a Companhia transportadora que permitiram a saída de um passageiro sem vi sto válido. Isto partindo do princípio que o passageiro sabendo que não tinha visto válido foi aventurar e coisa correu mal. Agora meter política nisso é um disparate. A quem beneficia a entrada de turistas em Cabo Verde ? Se o turista europeu não vier para Cabo Verde vai para outros destinos concorrentes, como o Senegal, Marrocos ou São Tomé e Príncipe, etc, ou ao norte de África. Lá terão tudo aquilo que Cabo Verde só há pouco tempo começou a dar. Senhores, infelizmente, Cabo Verde é um país dependente.

  11. De facto também li e re-li mas o que me espanta para além de ele achar que consegue visto no SEF em Lisboa as 5.30 da manhã … curioso é depois conseguir um visto já em cabo verde em menos dois dias… quando muitos aguardam 30 ou até 90 dias para uma resposta do CCV… acho que lhe vou pedir amizade porque é mesmo um empresário influente

  12. Cada cabeça a sua sentença. É verdade que se pode comprar um visto no aeroporto em Lisboa, mas nestas circunstâncias não sei se era possível. Eu mesmo já cheguei à area internacional desse aeroporto, vindo de outro País e fui convidado a meter um visto de trânsito para poder entrar no país deles e não ficar naquela zona por quase 2 dias. O homem carregava 6 mil euros no bolso, tinha moedas estrangeiras a entrarem no território deles, não tinha escrito na testa “cidadão acima de quaisquer suspeitas”, o que é que SEF podia fazer?

  13. Esse sr Luciano como né cabo verde eles compra tudo eles pensa que são donos cabo verde por isso que ele vem como corrida levou um stop

  14. Essa independencia e illegal…primeiro faca um referendo e depois falamos…etnic cleasing a cabo verdiano/portuguesa….os cabo verdianos sempre foram portugueses…acabem com essa palhacada…

  15. Vou tentar traduzir o que aconteceu. O empresário cabo-verdiano Luciano Teixeira, que viajou de urgência para Portugal para comparecer ao funeral de um amigo.
    Luciano explicou que não havia percebido que o seu visto só teria válidade dali a dois dias de sua chegada a Portugal, ele se deslocou ao balcão do Serviço de Estrangeiro e Fronteiras (SEF) para pedir um novo, dado a sua necessidade emergencial. Mas, depois de 12 horas de espera, foi detido e deportado para o seu país.
    Agora vocês acham que agiu correto o SEF!!! Eu acho que não, pois agiram de forma arrogante, desumana, faltando flexibilidade, profissionalismo e diplomática ao lidar com tais questões.

  16. imaginem vocês terem que viajar as pressas para o enterro de uma pessoa querida que morreu e chegando num país que se diz “irmão “ é tratado como um bandido. Acho que muitos dos Portugueses são mau educados e rudes sem nescessidade. Mais se esquecem que são um dos países da Europa mais pobres, com os piores salários e extremamente dependente dos imigrantes que vão para o país muitas vezes para investir e tentar tirar o país na miséria. Apoio sim que o Luciano leve o caso à justiça e peça indenização de maus tratos do SEF.

  17. O primeiro parágrafo do texto está num português meio chinês, não são muito claros na escrita, por isso ficar-se sem entender o busílis da questão. Mas li a notícia num jornal português on line, e o que percebi é o seguinte:
    1 – O Senhor tinha um visto que só lhe permitia a entrada em Portugal, dois dias depois. Quer dizer que ele viajou 2 dias antes da data em que lhe era permitido entrar em Portugal;
    2 – Nem ele nem os serviços no aeroporto na Praia terão conferido a validade do visto, e ele só se terá dado conta de ter um visto que ainda não era válido, após chegar a Portugal. A não ser que ele e quem lhe fez o check in tenham notado a irregularidade, mas tenham achado que ele poderia resolver o problema na fronteira, à chegada a Portugal.
    3 – O SEF, em Portugal, poderia ter sido razoável, e dar-lhe um visto para os 2 dias que faltavam para o início da validade do seu visto, mas não foram. Mas eles não cometeram nenhuma ilegalidade. Estava no seu critério. Mesmo com visto válido, os serviços de fronteiras podem recusar a entrada, mormente, sem visto válido. Objectivamente, ele não entrou legalmente em Portugal e aí o SEF agiu dentro da lei, e por isso não se pode queixar do SEF, quanto mais do Estado Português. Parece claro.
    4 – A ter em conta: nunca se esquecer de conferir a validade do visto.

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