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Opinião
Tendência

Responsabilidade social das autarquias na prevenção ao consumo de drogas entre Jovens

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Iolanda Cruz*

O consumo de drogas entre jovens é uma preocupação crescente e exige ações coordenadas de prevenção e intervenção. Neste contexto, as autarquias, enquanto estruturas próximas das comunidades, desempenham um papel fundamental, não apenas na criação de políticas públicas, mas também na forma como comunicam e promovem eventos culturais. É urgente que assumam a responsabilidade pelas mensagens transmitidas nesses espaços, especialmente nos festivais de música, que exercem forte influência sobre o comportamento juvenil.

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Os eventos culturais, por serem momentos de grande concentração e envolvimento emocional, têm o poder de moldar percepções, atitudes e hábitos. Quando uma autarquia promove um festival de música, por exemplo, está também a definir valores e comportamentos que são normalizados entre o público jovem. Nesse sentido, é inadmissível que esses eventos sejam neutros e coniventes com ambientes onde o uso de substâncias psicoativas é incentivado, direta ou indiretamente. A cultura deve ser um espaço de celebração da vida e de promoção de escolhas saudáveis, e não um terreno fértil para a banalização do risco.

É preciso, também, oferecer alternativas úteis e viáveis que ocupem positivamente o tempo e as aspirações da juventude.

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As autarquias devem investir em programas sociais, em ações de sensibilização para a prevenção e combate ao consumo de drogas e do álcool, ações de capacitação profissional, fomentar espaços de acesso ao conhecimento e geração de emprego, para mudanças de comportamento. A falta de perspectivas são, muitas vezes, o pano de fundo do envolvimento com drogas, e delinquências. Quando o jovem encontra um espaço de pertença, desenvolvimento pessoal e profissional, tende a afastar-se de caminhos autodestrutivos.

Portanto, o combate ao consumo de drogas exige uma abordagem integrada e preventiva, que combine responsabilidade cultural com políticas sociais efetivas. As autarquias não podem eximir-se de seu papel. Devem liderar pelo exemplo, a promover eventos conscientes e investir no potencial transformador da juventude. A construção de uma sociedade mais saudável e segura, passa necessariamente, por essa responsabilidade partilhada.

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Prevenir é mais do que proibir, é construir oportunidades. E essa responsabilidade é, em grande medida, das autarquias. Se podem promover grandes eventos, grandes festivais, também podem, e devem promover escolhas conscientes e um futuro mais saudável para as novas gerações.

*Socióloga

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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