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Socialistas e Chega derrubam governo de Luís Montenegro em Portugal

Portugal deve ir às urnas em maio para escolher novo governo e parlamento

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O governo Social Democrata, liderado pelo primeiro-ministro Luis Montenegro, envolto em crise política por um possível conflito de interesses envolvendo sua família, caiu na noite de ontem depois do voto contra à moção de confiança.

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Os socialistas, o principal partido de oposição, e o partido de extrema direita Chega votaram a favor da queda do governo. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa já anunciou que vai ouvir todos os partidos políticos com representação parlamentar esta quarta-feira. No site da Presidência, Sousa anuncia também a convocação do Conselho de Estado para quinta-feira,13, no Palácio de Belém.


O decreto de dissolução da Assembleia da República deverá ser publicado na sexta-feira. As eleições devem ser marcadas entre 11 e 18 de maio. Em uma nova eleição, o Chega pode conquistar mais espaço no Parlamento depois de se tornar a terceira maior força política portuguesa nas eleições legislativas de março de 2024, quando aumentou de 12 para 50 os seus assentos e obteve 18% do voto popular.


Negociação sobre CPI fracassou


A votação foi convocada por acusações de conflito de interesses envolvendo uma empresa familiar, e foi influenciada por uma tentativa de última hora de evitar a votação. No cargo há menos de um ano, Montenegro, de 52 anos, disse no início do debate parlamentar não haver cometido “nenhum crime”.

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A principal alegação contra o então Primeiro-ministro diz respeito a uma empresa prestadora de serviços de propriedade da esposa e dos filhos. A imprensa portuguesa denunciou que a empresa tinha contratos com várias empresas privadas que dependem de contratos com o governo, além de noticiar supostas irregularidades na compra de um apartamento.


Montenegro, que já havia sobrevivido a dois votos de censura, nega qualquer irregularidade. Desde que as alegações vieram à tona, o então Chefe do Governo se comprometeu a colocar os negócios de sua família exclusivamente nas mãos de seus filhos, o que foi considerado insuficiente pela oposição.

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O Parlamento debateu a censura por mais de três horas, com o PS insistindo para que Montenegro cooperasse com uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Sem acordo sobre os termos do inquérito, o voto de desconfiança foi adiante.


Montenegro tornou-se primeiro-ministro depois que o socialista António Costa renunciou em novembro de 2023 sob a sombra de uma investigação de corrupção. Costa, que nega as acusações de tráfico de influência feitas contra a sua pessoa, foi eleito chefe do conselho da União Europeia em junho de 2024.

C/Agência AFP e DN

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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