Os colaboradores da Atunlo no Mindelo fizeram esta manhã uma concentração na Praça Dom Luís, empunhando cartazes com um pedido de socorro, dirigido ao Governo, para expor a sua real situação. Com quatro meses de salários em atraso e sem Previdência Social desde o início de fevereiro por falta de pagamento, estes funcionários exigem respostas por parte do Executivo.
O representante do Siacsa, em declaração à imprensa, acusou ainda falta de informação tanto por parte da empresa como do Governo, lembrando que, em meados de dezembro, após mais uma manifestação dos trabalhadores, foram recebidos pelo Ministro do Mar, Jorge Santos, que prometeu uma resposta até final de 2024. “O ministro Jorge Santos prometeu ainda receber os trabalhadores em janeiro, mas infelizmente ainda não tivemos nenhuma resposta. Entramos em contacto através da sua secretaria por diversas vezes, mas nem sempre somos atendidos”, desabafou Heidi Ganeto.
Entende este dirigente sindical que o Governo deve dar mais atenção aos colaboradores da Atunlo, ou no mínimo explicar a situação da empresa. “Recentemente duas empresas privadas visitaram Atunlo e o Governo já manifestou interesse em entregar a sua gestão a terceiros. É o caso da Frescomar, que é uma das empresas que está a concorrer para assumir a fábrica e tem intenção de contratar trabalhadores. Mas como isso pode acontecer se a Frescomar não tem ligação com a Atunlo?”.
Perante os factos, o Siacsa decidiu entregara o dossiê a um advogado e promete dar entrada a um processo no tribunal até o dia 10 fevereiro, depois de falhar um primeiro prazo em janeiro desde ano. Isto aconteceu porque, segundo Heidi Ganeto, este é um processo longo que envolve cerca de 200 trabalhos. “Vamos solicitar o despedimento colectivo e, através do tribunal, garantir o direito dos trabalhadores. Todo o património da Atunlo está dentro da fábrica, que pertence a Enapor”, indica o coordenador local do Siacsa, acrescentando que, após a conclusão do processo, os trabalhadores poderão assinar contratos de trabalho com outras empresas.
É que, afirma, todos os colaboradores estão “amarrados” aos contratos com a Atunlo. Questionado sobre o número de colaboradores nesta situação, este alega que, em sede da Direção Geral do Trabalho no passado mês de outubro, ficou claro que eram cerca de 200. Entretanto, muitos deles optaram por assinar contratos com outras empresas ou então emigrar, perdendo todos os direitos adquiridos.