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EdM apresenta bateria própria e nova rainha, e mira título do Carnaval 2025

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A Associação Cívica e Cultural Estrela do Mar revelou na noite de sábado, 01 de fevereiro, o enredo “I Love Terra” para o Carnaval 2025 aos seus foliões, simpatizantes e público em geral, depois de uma primeira exibição restrita para a imprensa. Uma das grandes novidades foi a apresentação de bateria própriaala responsável por conduzir o ritmo musical durante o desfile e que estará sob os comandos do maestro Cabol -, concretizando assim um sonho do presidente do grupo, que se emocionou ao anunciar esta conquista. Júlio do Rosário coroou a nova rainha de bateria do EdM, Josiane Monteiro, e realçou a confiança no trabalho em curso, mirando o título em 2025, conquista que há muito foge ao grupo. 

Segundo Júlio do Rosário, este ano o grupo está a apostar forte em ser campeão do Carnaval de S. Vicente. Para isso, conta com uma equipa de estaleiro sólida, liderada pelo artista Tony Luísa, que, diz, dá garantia de um trabalho de qualidade e bom acabamento dos andores, um dos grandes constrangimentos enfrentados em anos anteriores. “O nosso enredo, I Love Terra, foi escrito por Emanuel Ribeiro, que é o nosso carnavalesco e autor da apresentação feita aqui hoje. Muitas pessoas aqui presentes nos disseram que foi uma aula e nos pediram para divulgar esta apresentação em outros palcos. Estamos a criar as condições para que Tony Luísa possa realizá-lo, mas também a nível das costureiras e foliões. Estamos a trabalhar para apresentar um grande carnaval”, garantiu o presidente. 

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Em termos de foliões, a direção espera levar para o “sambódromo do Mindelo” entre 600 a mil pessoas, incluindo o pessoal de estaleiro, a equipa de harmonia e colaboradores. “Vamos ter 14 alas mais a comissão de frente, três andores e dois tripés. A rainha de bateria, Josiane, foi musa do grupo no ano passado. Houve uma mudança, fizemos-lhe o convite para ocupar este cargo, e ela aceitou. Estamos a trabalhar em conjunto para que ela possa vencer o título de rainha de bateria do Carnaval de S. Vicente. A Porta-bandeira e Mestre-sala serão apresentados no próximo sábado, no evento da Ligoc, para determinar a ordem dos desfiles, que vai se realizar na Praça Dom Luís,” reforçou.

Em termos de surpresa, o grupo apresentou ainda o seu mascote e a “Bateria EdM Frank Cavaquim”, um sonho desta associação e do seu presidente, que se empenhou pessoalmente para esta conquista. “Era vergonhoso todos os anos estarmos a sujeitar-nos a abusos. Por isso fiz disso o meu objectivo e consegui concretizá-lo, com ajuda de amigos e parceiros, com muito esforço e sacrifício. Conseguimos 151 instrumentos, mas o nosso objectivo é chegar aos 200 para não dependermos de ninguém. Vamos ter no carnaval 120 ritmistas na avenida, incluindo os diretores e três mestres.” 

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Mascote do EdM

Quanto às demais figuras de destaque, Júlio do Rosário diz que serão surpresas do Carnaval. Deixou, entretanto, a garantia de que o grupo vai ter três rainhas e dois reis. “As rainhas virão da diáspora. São cabo-verdianas que seguem o nosso carnaval, sendo uma natural de S. Vicente, outra do Sal e outra do Fogo. Já os reis são todos locais. Ou seja, o reinado está fechado”, afirmou, sublinhando que o EdM está a trabalhar alicerces sólidos e as próximas gerações vão encontrar um grupo organizado.

A um mês do Carnaval, lamenta ainda não terem aberto o estaleiro. Este foi, aliás, um dos maiores constrangimentos enfrentados pelo EdM, pelo que aproveitou para agradecer à Sociedade Cabo-verdiana de Tabacos, que cedeu um espaço nas traseiras do Estádio Adérito Sena, com envolvimento do presidente da Câmara de S. Vicente e da engenheira Filomena Santos. “Foi muito difícil. Estivemos dois meses a correr atrás, a pedir e mesmo a implorar. Houve promessas, mas depois recuaram. Mas todas as esculturas já estão prontas. Posso dizer que 40% do trabalho está feito. Vamos começar a trabalhar na montagem. Eu e o carnavalesco estamos felizes com o trabalho.”

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Júlio do Rosário diz lamentar ainda a falta de apoio da Liga Independente dos Grupos Oficiais do Carnaval, entidade criada para ajudar os grémios na resolução dos problemas, mas que, neste caso, nada fez, o que o leva a afirmar que “há muita propaganda”. Quanto aos ensaios arrancam na próxima segunda-feira.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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