A nossa Electra pariu três “Electrinhas”: EPEC (produção), EDEC (distribuição) e ONSEC (diversos, sistema eléctrico e transporte). A Electra S.A. mantém a sua personalidade jurídica (não será de todo dissolvida), mas doravante é a EDEC que trata das nossas facturas, e quem diz factura diz carteira.
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Mas parece que os ventos não andam de feição para esta Electrinha que, pelo menos até agora, não trouxe benefícios visíveis aos consumidores que somos. Et pour cause, reina na empresa uma enorme confusão: os próprios funcionários queixam-se de uma grande desordem intramuros e de sobrecarga de trabalho sem que tivessem recebido alguma formação ou simples brieffing para lidar com a confusão. O stress tomou conta da casa, com repercussão no atendimento público: se dos funcionários há queixas, dos clientes então, nem se fala.
É que não se fala mesmo! Nem uma palavra sobre as contas em atraso (em suporte papel ou digital), as disfunções do sistema informático, a morosidade no atendimento… Agora pagamos faturas separadas de água e luz (uma emitida pela ELECTRA-SA, outra pela EDEC!), entenda-se mais chatices para o balcão e o cliente, mais desperdício de papel – e viva o meio ambiente!
Podemos imaginar um monte de transtornos, mas vou mencionar só este: um cliente que não recebe as facturas a tempo e, por residir no estrangeiro, não pode ir pagar ao balcão… Será que lhe cortam o fornecimento por falta de pagamento, sendo a culpa da empresa?
Enfim, não se fala da confusão que por aí vai na EDEC, uma das três filhas da Electra. Em Cabo Verde gostamos de mudar os nomes às empresas, quando o mais importante era mudar a qualidade dos serviços e do atendimento. Às vezes descemos do cavalo para montar no burro… e pior ainda é quando ficamos estatelados no chão a esfregar no rabo!
Mantenhas, 26 de novembro 2024
David Leite