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São Vicente veste-se de vermelho contra a Violência baseada no Género

São Vicente veste-se de vermelho contra a Violência Baseada no Genero, no âmbito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que se assinala no dia 25 de novembro. O programa, promovido pela Rede interinstitucional de promoção de igualdade e equidade de género e combate à VBG, tem como objetivo desenvolver ações que impliquem o envolvimento de instituições públicas e privadas, atores, protagonistas e sociedade civil no combate e prevenção da VBG.

O programa é liderado pelas Irmãs Adoradoras, no quadro do seu plano de intervenção psicossocial Kreditá na Bo, e promovido pela Rede interinstitucional de promoção de igualdade e equidade de género e combate à VBG. Foi criado em junho, no âmbito do projeto “Amdjer d xeu luta” – implementado pela Associação de Peixeiras de Mindelo e a Ong Paz e Desenvolvimento. É financiado pela Cooperação Espanhola através da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID).

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E hoje todas estas instituições se juntam para realizar um evento central, na Praça Dom Luís, pelo Dia Internacional pra a Eliminação da Violência contra as Mulheres. A Rede interinstitucional de promoção de igualdade e equidade de género e combate à VBG vai organizar uma instalação “Sapatos vermelhos” para denunciar o feminicídio e a violência contra as mulheres. “A instalação é composta por dezenas de pares de sapatos vermelhos doados, que representam as mulheres vítimas de feminicídio, a sua ausência e a vontade coletiva de eliminar a VBG”, diz a associação.

“Sapatos vermelhos”, dizem, têm sido efetuada em diferentes cidades do mundo, tornando-se um símbolo da luta contra a VBG. Paralelamente, vão realizar uma marcha de sensibilização, sob o lema: “Nox ê grito d´kem ja ka tem voz!”, com saída às 10 horas na Praça Dom Luís, passando pelo Mercado de Peixe, Praça Estrela, Rua de Coco, Praça Dr. Regala, Rua Fernando Ferreira Fortes, Rua Baltazar Lopes da Silva, e retorno à Praça Don Luís.

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Para encerrar as atividades do dia 25 de novembro será apresentada a peça teatral “O Processo” no pátio do Museu do Mar. Na peça, interpretada por um elenco local de mulheres participantes no programa Kreditá na Bo das Irmãs Adoradoras, a plateia será convidada e desafiada a refletir sobre a importância da informação e da formação jurídicas nos casos de VBG. “O combate e a prevenção da VBG: uma urgência nacional”, sublinha.

A VBG é um mal social e cultural que afeta pessoas, famílias, comunidades e países, em resultado de práticas machistas e em lógicas de poder patriarcal, geradoras de desigualdades de género. Tem efeitos nefastos para as vítimas, as famílias e o país, resultando em números alarmantes de agressões físicas, sexuais, psicológicas, feminicídios, suicídios, desestruturação de famílias, altas taxas de população encarcerada, sobretudo homens, entre outros.

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Cabo Verde tem dado atenção especial à VBG, a partir de vários instrumentos, programas e planos de ação, com destaque para a criação da Lei nº 84-VII-2011 de 10 de Janeiro e com a sua regulamentação através do Decreto-Lei nº8/2015, que tornou a VBG um crime público e com a transversalização da abordagem de género nos instrumentos da governação, tanto das instituições públicas e governamentais como das instituições da sociedade civil e ONG´s, referem.

Apesar disso, têm-se registado vários casos de VBG e que frequentemente resultam em feminicídio, seguido de suicídio, sendo as mulheres as principais vítimas. São casos que mobilizaram a sociedade a partir de manifestações públicas, expressão de preocupação de governantes, protagonistas políticos, ativistas e instituições internacionais com as quais o país coopera. “O combate e a prevenção da VBG devem ser considerados matéria de urgência nacional, enquanto garantia de um desenvolvimento justo e sustentável do país” conclui.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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