Os Estados Unidos da América vão esta terça-feira a votos. Cerca de 240 milhões de eleitores escolhem entre Kamala e Trump para novo presidente — 78 milhões votaram antecipadamente. Nestas eleicoes, os votos latino e o afroamericano são os mais disputados.
Os estados de Nova York, Connecticut, Indiana, Kentucky, Maine, Nova Jersey e Virgínia começaram a votar para presidente às 8h. Indiana e Kentucky têm dois fusos horários, então apenas uma parte dos eleitores nesses estados iniciou a votação às 8h, o restante votará a partir das 9h. Mas esta é ma eleição onde não há certezas, tanto Trump como Kamala reclama vitória antecipada.
Há momentos, o gabinete do diretor da Inteligência Nacional (ODNI, sigla em inglês de Office of the Diretor of National Intelligence), o FBI e a Agência de Cibersegurança e Segurança de Infraestruturas (CISA) alertaram, numa declaração conjunto, para interferência estrangeira nas eleições dos EUA.
Na declaração, afirmam que têm vindo a observar adversários estrangeiros a conduzir operações de influência adicionais destinadas a prejudicar a confiança do público na integridade das eleições e a fomentar divisões entre os norte-americanos.“Agentes influenciadores ligados à Rússia, em particular, estão a produzir vídeos e a criar artigos falsos para minar a legitimidade das eleições, incutir medo nos eleitores em relação ao processo eleitoral e sugerir que os americanos estão a usar a violência uns contra os outros devido a preferências políticas, a julgar pelas informações disponíveis”, lê-se na nota.
“O Irão também continua a ser uma ameaça significativa de influência estrangeira nas eleições dos EUA. Tal como referido numa atualização anterior, avaliámos que o Irão conduziu atividades cibernéticas maliciosas para comprometer a campanha do antigo presidente Trump”, afirmam, acrescentando que também o Irão pode criar conteúdos falsos nos meios de comunicação social, “como fizeram em ciclos eleitorais anteriores.”
Trajetória de Trump e Kamala
Foi com Roy Cohn, o polêmico advogado que representou mafiosos de Nova York e é considerado o grande mentor de Donald Trump, que o ex-presidente dos Estados Unidos aprendeu o lema que desde então vem guiando sua trajetória: “sempre clame vitória, jamais admita a derrota”. Trump, de 78 anos, aplicou o ensinamento não só ao contestar sua derrota nas urnas na eleição presidencial em 2020, que perdeu para Joe Biden, mas também quando conseguiu convencer credores a perdoarem a maior parte de uma dívida de US$ 900 milhões que fez na década de 1990.
Hoje, o republicano tem uma fortuna expressiva, fruto de seu conglomerado de empresas que inclui redes de hotéis, resorts, cassinos e campos de golfe. E de uma carreira como personalidade da TV, que o alçou à fama antes de se tornar presidente dos EUA, em 2017.
Kamala Harris conta que aprendeu com a mãe, indiana que migrou sozinha para os EUA aos 19 anos, a ser sempre “a primeira mulher” a conquistar algo, e também a lutar para nunca ser a última. Em pelo menos quatro ocasiões conseguiu aplicar o conselho: Harris, de 60 anos, já foi a primeira mulher a ser procuradora-geral da Califórnia, a primeira senadora de origem indiana, a primeira vice-presidente mulher dos EUA e a primeira candidata à presidência mulher, negra e com raízes sul-asiáticas.
Hoje tentará romper mais um paradigma, o quinto e o mais importante de sua vida e o do seu país: tornar-se a primeira presidente mulher da história dos Estados Unidos.
C/Agências