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Uni-Mindelo inaugura projeto-piloto de residência para estudantes estrangeiros 

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A Universidade do Mindelo inaugurou no início da noite de quarta-feira o primeiro projecto de residência estudantil privada do país para atrair estudantes estrangeiros, principalmente africanos, que queiram fazer a sua formação superior em Cabo Verde. Orçado em 35 mil contos, o espaço tem 12 quartos duplos e consegue receber, em simultâneo, 24 universitários.

De acordo com o Reitor, com este projecto a Uni-Mindelo está a ensaiar uma forma de promover a atração de estudantes para Cabo Verde, especialmente estrangeiros. “O nosso foco está na internacionalização do ensino superior nacional, neste caso da Universidade do Mindelo. Queremos, com isso, atrair estudantes estrangeiros para o nosso estabelecimento de ensino. Normalmente, quando fazemos a promoção da nossa universidade lá fora, designadamente no continente africano, a primeira questão que nos colocam é se há residência universitária”, explicou Albertino Graça.

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Depois de confrontado com esta situação em pelo menos três países, prossegue, obrigou a Uni-Mindelo a fazer esta experiência-piloto, que integra um projecto maior que esta instituição tem para a ilha de São Vicente. “A residência tem 12 quartos, cada um com duas camas, e três cozinhas. Portanto, os estudantes podem fazer as suas refeições aqui. Creio que o espaço tem as condições mínimas que encontramos lá fora quando  procuramos uma residência universitária.”

Para este ano lectivo, Graça espera já ter estrangeiros a residir no lar, no caso concreto de um estudante franco-argelino que frequenta o curso de Medicina Dentária na Uni-Mindelo. Estão a prever ainda a vinda de pelo menos uma dezena de universitários daquele país. “Estamos a aguardar ainda respostas dos embaixadores da Argélia e do Marrocos. Temos expectativa de conseguir trazer estudantes desses dois países”, refere o Reitor, que já perspectiva um projecto maior no quadro da reestruturação da Universidade do Mindelo.

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Para isso, a  instituição já dispõe de um terreno maior na zona da Ribeira de Julião, o que aumenta ainda mais as expectativas quanto ao funcionamento deste projecto-piloto.  “Se este projecto resultar, efectivamente saberemos que há necessidade de alargar a residência de 12 para mais quartos. Fizemos aqui um investimento acima de 35 mil contos que, de acordo com os estudos, esperamos amortizar em 10 anos. Entretanto, não havendo estudantes internacionais, podemos sempre optar por nacionais.”

Relativamente aos preços, Graça reconhece que a residência é mais cara. No entanto, não descarta a possibilidade de negociações com os países de origem dos estudantes, através das embaixadas e representações consulares, por forma a que os custos estejam ao alcance dos universitários. “Podemos fazer um pacote global, que inclui a residência e a propina. Os estudantes seriam uma espécie de bolseiros desses países. Estamos a tentar fazer acordos tripartidos entre o governo e um banco no Senegal. O constrangimento é o facto de Cabo Verde não ser tão conhecido como pensávamos.”

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Uma das maiores preocupações com que têm deparado durante a prospecção destes mercados é se o diploma de Cabo Verde é reconhecido na CEDEAO, sendo que o país faz parte da comunidade.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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