E quando a morte vier me buscar,
Lembrar-te-ás de mim?
E quando no seu leito me deitar,
Lembrar-te-ás de tudo o que já fui e já fiz?
Gritarás pelo meu nome, quando a minha alma pelo rio Aqueronte passar?
Ou, assim como Caronte, no silêncio absoluto permanecerás?
Lembra-te de mim…
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Que te lembres de mim assim, um dente-de-leão, uma chicória louca que, na melodia do vento,
dança em vestes brancas de cetim.
Que te lembres de mim assim, uma frágil flor de vida longa, uma flor de liberdade e de
esperança.
Que te lembres das sementes voadoras que pelas planícies deixei, que um dia florescerão e parte
de mim hão de ser.
A flor que eternizou o seu ser em outro ser que parte de ti há de ser.
Lembra-te de mim…
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Miriam Silva
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