“Só por hoje” no CCM: Exposição de fotografia com ensinamento sobre toxicodependência e recuperação
O jovem fotógrafo Sandro Fonseca expõe os seus trabalhos fotográficos no Centro Cultural do Mindelo em uma mostra intitulada “Só por hoje”, como forma de enaltecer os seus cinco anos de sobriedade. Na abertura, o director do CCM, António Tavares, afirmou que a instituição está atenta e disponível para receber tudo o que é proposto pelos criadores, mas também pela população.
É o caso deste jovem fotógrafo, que tinha um trabalho previamente concebido em torno do próprio universo através da fotografia, declarou Tavares, realçando que esta exposição é uma mais-valia para o artista e também para o Centro, que enriquece a sua programação e dá a conhecer uma criatividade impactante. “As propostas criativas têm sido várias, mas as oportunidades escassas”, lamentou.
Já Sandro Fonseca garantiu que a fotografia sempre fez parte da sua vida. Desde a infância, conta, teve o acesso a vários modelos de máquinas fotográficas, de videocassetes e digitais. Com o know-how acumulado, transformou-se de forma autônoma em fotógrafo e vídeomaker do Secretário de Estado e Economia Digital, mesmo sem diploma na área.
Para além de ser a sua paixão e fonte de entretenimento, a fotografia tornou-se a sua principal forma de terapia enquanto seguia o programa “Narcóticos Anónimos”. E o resultado é esta exposição intitulada “Só por hoje”, composta por 12 quadros que sustentam a sua escolha diária pela sobriedade. Mostram o belo, através da simplicidade, mas com uma minuciosidade que impressionam.
Através do edital do ministério da cultura e industrias criativas, fez a sua estreia com uma exposição-venda na cidade da Praia e agora, pela primeira vez, está no CCM, com a finalidade de dar a conhecer a sua arte e vender os seus quadros sobre a toxicodependência, a recuperação e transmitiu uma mensagem. “Para alem de mostrar a minha arte, é um veiculo para aplicar o 12º passo”.
A inauguração desta exposição aconteceu na tarde de terça-feira, seguido de uma conversa aberta sobre o problema das dependências e da recuperação. Contou com a assistência da ativista social e embaixadora da Fundação “Menos Álcool” em São Vicente, Célia Rodrigos, que mediou esta reflexão, por conta da sua experiência como agente de prevenção na comunidade para dissuadir as pessoas quando ao uso de substancias psicoativas e abuso de bebidas alcoólicas.
Andrea Lopes (Estagiária)