O presidente da Associação Regional de Karaté e o treinador da seleção de São Vicente fazem um balanço extremamente positivo da participação no campeonato nacional de Karaté, realizado em Santo Antão. Das sete escolas existentes na ilha, apenas a Shotokan Karaté Clube se prontificou para participar com quatro atletas. E todos subiram ao pódio, trazendo na bagagem sete medalhas.
Dos 15 participantes possíveis, São Vicente foi representada na competição por apenas quatro atletas, o que leva o treinador a afirmar que era impossível ganhar esta competição. “Não tínhamos a mínima hipótese de conquistar o nacional com apenas quatro atletas. Ainda assim, conseguimos a proeza de trazer para casa sete medalhas, sendo duas de ouro, duas de prata e três de bronze”, declarou Rui Spencer.
Mesmo com um número reduzido de participantes, a expectativa era trazer o máximo de medalhas possíveis para São Vicente. Entretanto, logo no início da competição, um dos atletas em que depositava esperança de conquistar pelo menos duas de ouro, escorregou no tatame e foi desclassificado. Ainda assim, Rui garante que a performance da ilha na competição foi “muito positiva”.
Questionado porque as demais escolas de Karaté de São Vicente optaram por ficar de fora do nacional, Rui Spencer explica que todas foram convidadas, mas alegaram que não tinham atletas preparados para a competição. O treinador tem, no entanto, uma leitura diferente. Diz que as escolas de São Vicente queriam mudar o presidente da Federação de Karaté e uniram-se para apoiar outra candidatura, que, entretanto, foi derrotada. Desde então, diz, resolveram ficar afastadas.
O presidente da Associação partilha o mesmo entendimento do treinador. Segundo Marvin Duarte, o objectivo traçado inicialmente foi atingido. “O objectivo era colocar os nossos quatro atletas no pódio, e conseguimos. Trouxemos sete medalhas e Luana Pinto foi campeã no Kata e no Kumite no escalão cadetes. É por isso que digo que a nossa participação foi extremamente positiva. Não obstante o número reduzido de atletas, conseguimos mostrar a qualidade do Karaté que se pratica em São Vicente.”
Sobre a ausência dos outros dojos de S. Vicente do nacional, o presidente diz que não entende as razões. Explica que foi feito um campeonato local para apurar os campeões, mas apenas uma escola se inscreveu. “As informações foram enviadas para todas as escolas com antecedência. Foi fixado um prazo para inscrição e não aparecerem. Uma escola apresentou uma justificação, dizendo que os seus atletas não estavam preparados, enquanto outra nos informou que não ia participar. As demais não responderam. Mesmo assim, decidimos não ficar de fora do campeonato nacional.”
Para os próximos nacionais de Karaté, Marvin Duarte afirma que gostaria que a delegação de São Vicente fosse mais robusta, lembrando que no campeonato nacional cada região desportiva é representada por uma média de 12 a 15 atletas. “Se com quatro atletas conquistamos sete medalhas, com mais penso que entraríamos na disputa pelo titulo nacional tranquilamente”, acrescenta.
O nacional de Karaté foi ganho pela equipa de Santiago Sul, com um total de 13 atletas, que arrecadou 16 medalhas: sete de ouro, sete de prata e três de bronze. O Campeonato Nacional de Karaté foi realizado no Pavilhão Desportivo David Fortes, na cidade da Ribeira Grande, e contou com a presença de cerca de 90 karatecas provenientes de todas as regiões desportivas, com excepção do Sal.
