O fisiculturista Álvaro Andrade conquistou a medalha de ouro no campeonato nacional NPC World Wide Portugal 2024 até 1.75 de altura, disputado no domingo, no Casino Estoril. Depois de ter conquistado o vice-campeonato no ano passado, o atleta, que na altura discordou da classificação, afirmou que empenhou-se nos treinos mais para que este ano não houvesse qualquer dúvidas
Num exclusivo Mindelinsite, Álvaro explicou que, em novembro do ano passado participou no campeonato nacional de bodybuilding WABBA e estava confiante. Conseguiu alcançar os objectivos a que propôs mas, por causa do entendimento do júri, não ficou bem classificado. “Não conformei com o resultado. Aliás, foi um estimulo para trabalhar mais. Tive mais tempo de preparo e aproveitei-o muito bem. Mal terminei a competição, em 2023, comecei no dia seguinte a preparar para o último domingo.”
O empenho no treino e o foco na dieta foram determinantes para a conquista do título de campeão, assegura o fisiculturista. “Fiz do desconforto da competição anterior a minha força para esta federação, que aconteceu este domingo, no Casino Estoril, em Cascais. Foi um dos concursos mais importantes do fisiculturismo em Portugal e contou com a participação de mais de uma centena de atletas, dos quais 70% eram internacionais, sobretudo da Europa e que dá acesso à procard”, detalhou Álvaro Andrade.
O fisiculturista, que subiu ao palco com a bandeira de Cabo Verde, é o novo campeão nacional de Portugal de fisiculturismo do NPC e sonha agora conseguir o procard, que falhou no último segundo da competição . “Fui campeão nacional e campeão dos campeões no período de manha. Á tarde, consegui vencer na minha categoria e fui tentar o procard, mas não consegui porque os meus adversários eram mais experientes e maduros. Para competir com eles preciso de melhores condições. Infelizmente, contei apenas com o patrocínio do meu ginásio”, lamenta.
Álvaro Andrade admite que antes de entrar nesta competição sabia que os custos inerentes seriam elevados. Exatamente por isso, diz, entrou em contacto com o Instituto do Desporto e da Juventude (IDJ) para reclamar pelos menos o pagamento do prémio de campeão nacional e vice-campeão mundial em 2023, mas não obteve resposta. “Tenho um importante valor monetário por receber do IDJ. Pelas minhas contas, são 70 mil escudos enquanto vencedor da Taça de Cabo Verde e 750 contos como vice-campeão mundial da IFBB. Mas não tive qualquer feedback, não obstante a minha insistência. Inclusive agora voltei a deixar-lhes uma mensagem sobre esta competição mas, novamente, não recebi qualquer resposta. Cortaram todos os contactos comigo e fui literalmente bloqueado”, desabafa.
Mesmo diante de tantos obstáculos, o fisiculturista conseguiu participar desta competição e obter a melhor classificação. “Foi muito difícil porque deparei-me com obstáculos durante toda a trajetória. Mas era algo que já esperava, então já estava preparado mental e fisicamente. Infelizmente, há uma semana fui confrontado com a morte da minha avó, o que me deixou muito em baixo. Mas, deu tudo certo.”