UCID diz que afirmações de Augusto Neves são para desviar a atenção

O presidente da UCID convocou a imprensa para reagir às declarações do edil de São Vicente, que afirmou que os democratas-cristãos utilizaram uma bengala, referindo-se ao Sokols, para incitar a violência e o ódio de uma população pacata e ordeira e prejudicar a ilha. Para António Monteiro, o ataque de Augusto Neves, que classificou de baixo nível e mesmo de ignaro, visou tão-somente desviar a atenção do povo de São Vicente da sua péssima gestão na Câmara e a atingir a UCID que, diz, tem todas as condições de ganhar as próximas eleições. “Os dados que o MpD tem, são os mesmos da UCID e mostram que estamos a frente”, pontua.

Segundo Monteiro, os sanvicentinos já estão acostumados ao baixo nível do presidente da Câmara Municipal, com intervenções medíocres e indignos do povo, que deveria, sabiamente, representar. Mas, neste caso, ao fazer tais afirmações, pretendeu apenas desviar as atenções da sua péssima gestão, não obstante o pequeno aumento da transferência de verbas que o Governo vem fazendo. Em relação a declaração de incitação a violência, o líder da UCID lembra que o seu partido é pacifista e de valores e princípios humanos e que dá muita importância as manifestações e reivindicações dos cabo-verdianos. “A democracia a isso manda e obriga, e cabe em último lugar ao povo decidir sobre o destino que quer dar a sua vida e ao do seu país. Quando os governos não resolvem os problemas, em democracia, caberá sempre ao povo, em última instância, a sua resolução“, observa.

Neste sentido, entende quem tem estado a incitar a violência é o próprio presidente da CMSV que, com uma visão muito curta, é incapaz de aproveitar todo o potencial da ilha para atrair mais investidores, gerar riquezas e criar mais postos de trabalho. E a prova disso é que São Vicente perdeu, em 2018, 2.470 postos de trabalho. Na mesma lógica defende quem anda a afunda a ilha é o autarca, que tem mostrado incompetência na dinamização das geminações com outras câmaras por este mundo fora, de onde São Vicente poderia tirar vantagens nos vários domínios, ampliando as oportunidades da ilha e reduzindo as assimetrias sociais.

Monteiro acusou ainda Neves de não responder as demandas da população no que toca ao acesso a habitação condigna, água, terrenos para construção de habitação própria, de entre outras necessidades e de perseguir de forma vil os funcionários que não leem pela sua cartilha partidária ou que se apresentaram em listas eleitorais diferentes da sua. “Quem tem incentivado a violência é este senhor que, na sombra de um copo e na calada da noite, usurpa os poderes da Assembleia Municipal, lançando assim dúvidas em negócios que deveriam merecer toda a transparência necessária. Quem tem contribuído para afundar São Vicente é o presidente que continua a demonstrar a sua teimosia no que toca a gestão e tratamento dos resíduos sólidos urbanos, fazendo com que se continue a fazer a recolha em horários impróprios, o que leva os munícipes a usarem arvores, arbustos e postes para pendurarem os sacos de lixo, dando uma má imagem da cidade”, enumera.

Quando aos apelidos de mascrinhas de ku pelod, atribuídos pelo presidente, o líder da UCID diz que não se revê nos mesmos. Também não aceita o desafio lançado pelo presidente da CMSV para “tirar a máscara”, ou seja, para se posicionar como candidato nas próximas eleições, preferindo dizer que, no momento certo, o seu partido irá dar uma satisfação ao povo de São Vicente. Admite, no entanto, que na política todos têm de estar disponíveis.

Constânça de Pina

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