As indicações sobre o uso das máscaras dadas pelo Instituto Nacional da Saúde Pública podem ser mudadas tendo em conta a nova orientação emanada da Organização Mundial da Saúde e a possibilidade de começar a haver transmissão local do novo coronavírus. Esta eventualidade foi admitida esta manhã por Maria da Luz, presidente do INPS, que esteve a acompanhar o Ministro da Saúde numa conferência de imprensa cujo ponto central foi a infecção confirmada de uma cidadã chinesa na cidade do Mindelo e que está a levantar dúvidas sobre a origem do contágio.
Segundo Maria da Luz, o uso das máscaras de protecção individual pela população deve ser adoptado consoante o contexto. E lembrou que a OMS recomendou no início da epidemia a utilização desse equipamento apenas pelas pessoas suspeitas de infecção, os doentes e os seus cuidadores, além dos profissionais de saúde. Isto, sublinha, num cenário em que não há registo de contágio comunitário.
“Tendo em conta que a situação epidemiológica está a mudar, vamos analisar o contexto e provavelmente daremos outras orientações sobre o uso das máscaras. Sabemos que elas devem ser usadas inevitavelmente pelos doentes e suspeitos porque são uma barreira que evita a dispersão das gotículas quando o doente tosse”, salienta a responsável do INSP, que não descarta a hipótese de o Instituto passar a aconselhar à população o recurso às máscaras. No entanto, adverte, essa medida será confirmada ou não com a devida urgência, após uma avaliação do quadro epidemiológico nacional.
Neste momento, segundo o Director do Gabinete dos Assuntos Farmacêuticos, Cabo Verde recebeu 110 mil máscaras no âmbito do projeto Alibaba, que foram distribuídas para todas as estruturas de saúde do país, a Proteção Civil e guardas prisionais. Entretanto, acrescenta, o Governo está a preparar a aquisição de mais máscaras e de outros equipamentos de proteção individual, com o apoio do Banco Mundial, e que pode assegurar um stock das necessidades em torno de três meses.
KzB