Depois de uma vida dedicada ao mar, Dida Rasta “ancora” a sua arte na praia da Laginha

Adelino David, ou Dida Rasta, como está mais habituado a ser tratado, encontrou na Laginha um aposento para deixar a lida de pescador que levou por mais de 16 anos. Com os três filhos criados, e não tendo como sustentar duas casas, o artesão resolveu “viver a vida” fazendo as suas bijuterias. “Era pescador porque gostava, mas essencialmente porque permitia que sustentasse duas casas e duas mulheres que mantive por mais de 15 anos sem que elas soubessem uma da outra”, revela, em tom de brincadeira, a sua façanha de mulherengo.

Como homem do mar, chegou a trabalhar num navio de pesca espanhol que o obrigou a adoptar o azul dos oceanos como morada por três meses seguidos. Passava apenas um mês em terra para recuperar energia. Isso, para Dida, tornou-se num impedimento para que pudesse levar a vida como desejava.

O artesanato, que era um hobby, passou, entretanto, a ser o seu ganha-pão e a praia da Laginha a sua loja à luz do Sol, há sete anos. Sendo o seu próprio patrão, o homem de olhos claros, rasta e 41 anos de vida, usa como matéria-prima essencialmente conchas que recolhe nas suas corridas matinais pelas praias.

O segredo para a sua inspiração nos souvenires que produz vem das montanhas, nos retiros constantes que diz fazer para limpar a mente.  E é com a tranquilidade, como quem está de férias ou a passeio na vida que trabalha até mesmo nesta altura do ano em que o típico vento da ilha do Monte Cara mostra-se presente e faz com que a sensação térmica seja mais baixa. Por isso quem quiser conhecer as obras de Dida – pulseiras, cordões e outros acessórios – é só passar pela praia da Laginha, faz vento ou sol.

Sidneia Newton (Estagiária)

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