A França e a Guiana Francesa propuseram a criação de um fundo internacional “contra os incêndios florestais e para reflorestamento” da Amazónia. A proposta foi apresentada este domingo, 25, pela ministra francesa dos Territórios Ultramarinos, Annick Girardin, numa altura em que estes fogos estão a causar comoção mundial.
“A França, país da Amazónia. Preserve esse bem comum da humanidade” é o título de um artigo publicado hoje no Journal du Dimanche e assinado pela governante e pelos representantes políticos da Guiana, território francês da América do Sul, fronteiriço com o Brasil e que é tocado por estes incêndios. Esta proposta surge na sequência do “fracasso” do fundo brasileiro, explicam os responsáveis.
A floresta amazónica, que se estende por nove países, incluindo a França, perdeu mais de 550.000 quilómetros quadrados nos últimos dez anos, e após uma moratória de vários anos, o desmatamento começou a acelerar, “principalmente no Brasil”, lamentam.
“Esses hectares perdidos são todos sumidouros de carbono aniquilados. É uma biodiversidade excepcional que desaparece pouco a pouco”, acrescentam, aplaudindo a recusa do presidente da França Emanuel Macron de ratificar o actual acordo comercial da UE-Mercosul.
Por isso, “face ao fracasso do Fundo Amazónia, do Brasil,” sugerem um “fundo internacional, que não dependesse diretamente dos Estados, e que pudesse lançar ações de luta concretas, pontuais, dirigidas diretamente aos atores locais, contra incêndios florestais e para o reflorestamento”.
Os signatários também pedem “à União Europeia que duplique o seu fundo de desenvolvimento inter-regional dedicado à biodiversidade e ao desenvolvimento da Amazónia”.
C/Observador.pt