“Ataque sónico” na embaixada dos EUA em Cuba provocado por grilos

O “ataque sónico” à embaixada dos Estados Unidos em Havana em Setembro de 2017, que segundo as autoridades americanas causou problemas de saúde a pelo menos 16 diplomatas – entre os sintomas referidos estão tonturas, vertigens, danos cerebrais e perda parcial de audição- pode ter sido causado por grilos. Um estudo científico divulgado agora indica que pode não ter havido um ataque, mas apenas a actividade de um casal de grilos.

O estudo revela que os sintomas apresentados podem ter sido causados pela exposição a um sinal acústico fora da gama audível, o que levou os EUA a retirar 60 por centro do pessoal diplomático da embaixada em Cuba. O caso foi encarado como um “ataque sónico”, especulando-se que Cuba poderia ter usado uma “arma sónica secreta” para atacar os diplomatas americanos. No entanto, o Governo cubano rejeitou qualquer responsabilidade.

O caso foi agora resolvido. O estudo científico analisou as gravações de áudio feitas pelos diplomatas (e divulgadas pela Associated Press) e revelou que o som corresponde ao canto dos grilos da espécie Anurogryllus celerinictus, parte de um ritual de acasalamento, apresentando semelhanças no “ritmo de repetição da vibração, no espectro de intensidade, na estabilidade do ritmo e nas oscilações por batida”, explicam os cientistas.

A investigação realizada nas universidades de Berkeley na Califórnia e Lincoln no Reino Unido não descarta, no entanto, a hipótese de os diplomatas norte-americanos terem sido alvos de um ataque, indicando apenas que os sons gravados são emitidos por insectos, alertam os cientistas. Ainda assim, explica o investigador Alexander Stubbs ao New York Times “é possível que os diplomatas tenham ficado doentes por outra coisa relacionada com isto, e que não tenha sido um ataque sónico”.

C/ Expresso.pt

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