57 mortos em motim em prisão no Brasil

O balanço do confronto entre reclusos de fações rivais numa prisão no Brasil aponta para pelo menos 57 mortos. O motim ocorreu ontem no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sito no sudoeste do estado do Pará, nordeste do Brasil. Os confrontos prolongaram-se durante cinco horas.

A maioria das mortes foi por asfixia, sendo que 16 das vítimas mortais foram decapitadas, segundo informou o Sistema Penitenciário do Pará. “Foi um acto dirigido. Os presos chegaram a fazer dois agentes reféns, mas logo foram libertados, porque o objetivo era mostrar que se tratava de um acerto de contas entre as duas fações e não um protesto ou rebelião dirigido ao sistema prisional”, afirmou o superintendente Jarbas Vasconcelos.

O governo estadual do Pará revelou ter-se tratado de uma disputa entre duas fações criminosas pelo controlo daquela unidade prisional. A Polícia Militar conseguiu conter a rebelião e passou o resto do dia a fazer a recontagem dos reclusos e a avaliar os danos provocados na unidade.

Penas “para sempre” para líderes

Segundo o “Folha de S. Paulo”, a cúpula de segurança do Pará já previa o confronto entre fações naquele que é considerado o maior motim deste ano no Brasil. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou pretender que os líderes das fações cumpram penas “para sempre” em prisões federais.

As autoridades revelam que os confrontos começaram quando os reclusos que integram uma das fações invadiram a ala onde se encontravam detidos os elementos de uma organização criminosa. Alguns reclusos atearam fogo, o que provocou a morte de diversos detidos devido à inalação de fumo.

A prisão é classificada como “péssimas” num relatório do Conselho Nacional de Justiça. Tem 163 vagas, mas 343 reclusos cumpriam pena no estabelecimento prisional, ou seja, mais do dobro. Além da sobrelotação, o documento aponta o reduzido número de agentes face ao número de detidos e a ausência de um bloqueador de telemóveis e de valências como uma enfermaria, uma biblioteca, salas de aula e oficinas de trabalho.

C/agências Internacionais

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