Protesto contra a gestão da pandemia enche centro de Madrid

A manifestação contra a forma como o governo de esquerda de Espanha tem gerido a crise da covid-19, promovido pelo partido de extrema-direita Vox, encheu o centro de Madrid, mas aconteceu em simultâneo em 5o cidades. Era para ser só de carro e motos, mas, com o calor, muitas pessoas saíram dos veículos, ocupando as ruas sem guardar o distanciamento social.

O Governo estima em seis mil o número de veículos em Madrid, o que representa 15 mil manifestantes se tivermos em conta uma média de 2,5 ocupantes. Isto na zona onde o protesto foi autorizado. Circularam em marcha lenta, buzinando e exigindo a demissão do governo de coligação constituído pelo Partido Social Operário Espanhol e Unidos Podemos.

Presidido por Pedro Sanchez (PSOE) e com Pablo Iglésias (Unidos Podemos) como vice, o executivo tomou posse a 13 de janeiro passado. À margem da apresentação de medidas de desconfinamento – como o regresso da liga de futebol a 8 de junho e a abertura ao turismo internacional e 1 de julho – Sanchez descartou qualquer hipótese de demissão, sublinhado que a coligação tem um compromisso de quatro anos.

O Vox convocou o protesto em veículos para evitar a aglomeração de pessoas, mas não funcionou. “Para andar no bairro de Salamanca esta manhã era imprescindível a máscara. Não só porque se tornava impossível manter a distância social de dois metros, como pelo forte cheiro a combustível que impregnava o ambiente. Ao chegar à Porta de Alcalá, motoristas com bandeiras espanholas aceleravam as suas máquinas perante o aplauso de alguns transeuntes”, descreve o El País

Chamaram manifestação “Caravana da Liberdade” e uma hora antes do seu início, os carros e motos já se aglomeravam junto à Praça Cibeles, para onde confluem as principais artérias de Madrid. Eram mais os manifestantes fora dos carros do que no seu interior, uma vez que, com o trânsito parado e uma temperatura de 30 graus era impossível permanecer no interior. Tornou-se impossível manter uma distância de dois metros e a solução encontrada foi pedir que usassem uma máscara.

Num autocarro de dois andares, seguiam os dirigentes do Vox: Santiago Abascal (presidente), Javier Ortega Smith (secretário-geral), Iván Espinosa de los Monteros (porta-voz parlamentar), Rocío Monasterio (líder regional); e Macarena Olona (secretário-geral). Circularam pelas ruas de Madrid, liderando os protestos, ao mesmo tempo que era lançado fumo com as cores da bandeira espanhola: vermelho e amarelo. A manifestação foi transmitida pela EsRadio, o canal oficial do partido.

Durante o protesto foram lançadas varias informações sobre a pandemia, designadamente 40 mil mortos, 8 milhões de desempregados, 100 mil empresas fechadas, casos de fome. Os dados oficiais indicam que Espanha regista 28 628 mortes e 281 904 infectados com a SARS-Covid-2

C/DN.PT

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