Trabalhadores do BCA preparam greve nacional para reivindicar pagamento de prémio de produtividade

Os trabalhadores do Banco Comercial do Atlantico (BCA) estão a preparar uma greve nacional, que deverá acontecer ainda este ano. Em causa o não pagamento do prémio de produtividade sobre os resultados económicos de 2019, aprovado pela assembleia-geral e retidos pela administração daquela instituição financeira, informa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Financeiras (STIF). 

Para além desta reivindicação, os trabalhadores denunciam ainda o congelamento dos salários desde 2015, a suspensão da moratória sobre os créditos pela Comissão Executiva e os cortes de alguns direitos, nomeadamente nos cuidados de saúde prestados pelo banco aos colaboradores do sistema privativo. “Ainda não definimos uma data para a greve, mas queremos que seja antes do final do ano. Já tivemos encontros com a administração anterior e a actual. Também enviamos uma carta exigindo o pagamento do prémio de produtividade, que queríamos que fosse junto com o salário pago ontem, o que não aconteceu”, diz Anibal Borges.

É por conta do silencio da administração do BCA que, afirma este sindicalista, decidiram partir para uma greve. “Neste momento estamos a auscultar os trabalhadores, tendo em vista o agendamento da greve, que pode ser evitada se a administração pagar o prémio de produtividade. Estamos a falar de um beneficio que foi aprovado na AG realizada em junho passado. Também foi aprovado um montante de 50 mil contos para pagar este beneficio aos colaboradores mas, segundo fomos informados, o processo está a ser bloqueado pelo accionista Caixa Geral de Depósitos”, acrescenta.

Anibal Borges mostra-se no entanto descrente nesta hipótese, tendo em conta que, diz, a CGD é apenas um entre vários accionistas e nunca poderia travar uma decisão discutida e aprovada numa AG. Instado a precisar, em caso de greve, quantos trabalhadores poderão ser abrangidos, este mostra-se cauteloso, mas afirma que o BCA tem cerca de 380 colaboradores em agências espalhadas por todo o território nacional. 

Em jeito de remate, este dirigente sindical recorda ainda que a Administração do BCA não cumpriu integralmente o acórdão do Tribunal de Relação de Sotavento, em relação ao processo ganho pelo STIF em  representação dos trabalhadores afetos ao Fundo Privativo de Pensões.

Sair da versão mobile