Subsídios à Electra para minimizar aumentos de água e energia

A UCID sugere a atribuição de mais recursos à empresa de produção e distribuição de água energia para fazer fase aos aumentos destes produtos essenciais. O presidente daquele partido político reagia assim aos novos preços fixados em Março pela Agência Reguladora Multisectorial da Economia (ARME) que ditaram uma subida em todos os escalões da electricidade de 1,92escudos/kwh e das tarifas de águas em São Vicente e Sal. Nestas duas ilhas, registaram-se um aumento de 11,95 escudos/m3, representando um acréscimo na tarifa média de 7,60% para electricidade e 3,40% para água. António Monteiro aproveitou a ocasião para ilibar de responsabilidades a ARME que, apesar das críticas dos consumidores, diz, “limita-se a fazer o seu trabalho em termos de regulação do mercado.”

“O Governo, fase a esta situação que estamos a atravessar, poderia interferir não dando instruções à agência de regulação, mas disponibilizando recursos financeiros para que a empresa produtora e distribuidora de energia e água pudesse ter mais meios para minimizar os prejuízos de forma a balançar a própria conta da empresa”, reforçou o líder da UCID, realçando que esta empresa teve, em 2017, um prejuízo superior a 800 mil contos e, neste momento, tem um capital social negativo de 3.600 mil contos para acrescentar, logo de seguida, que é preciso que os consumidores tenham a capacidade para pagar aquilo que é o custo real. Mas, sustenta, o Governo pode, através de mecanismos de políticas de subsídio, apoiar a empresa, o que não faz, optando por trespassar estes custos para os consumidores.

Com isso, pontua o presidente da UCID, o Executivo está onerar ainda mais e a retirar o poder de compra as cabo-verdianos. “Cabe ao Governo analisar e dar os subsídios necessários e, principalmente, criar as condições técnicas para reduzir as perdas de energia e água. Não se admite que, em Cabo Verde, tenhamos em algumas partes do território, perdas que ultrapassam os 50%, por exemplo, a nível da água porque somos um país seco”, sentencia Monteiro, lembrando que a situação se repete também ma nível da energia, no caso por causa dos roubos, com prejuízos enormes para a empresa e para os consumidores. Isso porque, frisa, 20 por cento das perdas de energia e água são assumidos pelo contribuinte. “Significa que pago 20% a mais de água e energia porque alguém está a desviar estes dois produtos.”

Esta é uma situação antiga e que, na óptica de Monteiro, demanda um grande trabalho a ser feito em Cabo Verde. Já a nível das perdas, alega que existem actualmente plataformas tecnológicas que permitem algum controlo. No entanto, é preciso saber se as empresas e o Governo estão interessados em utilizar estas ferramentas para fazer uma melhor gestão do custo de energia e água. Enquanto isso, lembra que há um outro problema premente e que carece de uma solução, que é a compra por parte da Electra de energia na Cabeólica por um preço superior ao que produz quando utiliza Fuel 380. Mas este é um problema que, conclui, a UCID vem insistindo há sete anos e nenhum governo teve coragem de resolver.

Constânça de Pina

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