Associação dos Proprietários de Táxi de SV preocupada com sucessivos aumentos dos combustíveis

A Associação dos Proprietários de Táxi de São Vicente está preocupada com os sucessivos aumentos dos combustíveis, principalmente do gasóleo. Esta segunda-feira, o preço deste combustível voltou a ser reajustado em cerca de 9%, mas só este ano de 2021 já acumula uma subida global de 60 por cento. O presidente desta classe profissional, Belarmino “Bilas” Lima, admite que a situação está cada vez mais difícil, sobretudo porque estes aumentos não reflectem no custo das viagens, cujo preço mantém-se “congelado” há muitos anos.

“A situação está cada vez mais complicada porque os combustíveis aumentam, mas o preço das passagens continua igual. Há anos que não se mexe na tarifa de táxis. Enviamos uma proposta para a Câmara Municipal de São Vicente para fazer um ajustamento do frete para algumas zonas, mas ainda não tivemos nenhuma resposta. O gasóleo continua a subir, mas o preço do frete continua fixo”, explica Belarmino “Bilas” Lima, para quem está muito complicado trabalhar porque, cada vez mais, têm de circular mais distâncias para ganhar o dia por conta da redução da procura.

“Neste momento somos obrigados a rodar mais e, quando chegamos à bomba temos de fazer uma divisão, sendo que muitas vezes mais de metade do rendimento do dia é para custear o combustível. Depois de um ano terrível que foi 2020 por causa da pandemia, tivemos algum trabalho nos meses de julho e agosto, mas a procura voltou novamente a cair. Os utentes não estão também a conseguir pagar fretes de táxi. É complicado”, lamenta.

Por conta disso, os proprietários preferem não aumentar o custo dos fretes para não afugentar os poucos clientes que ainda têm. “Neste momento não estamos a reclamar o aumento generalizado do frete de táxi. Queremos apenas reajustar algumas zonas, por isso a proposta enviada à CMSV. Infelizmente, ainda não temos nada de concreto sobre isso.”

Segundo Bilas Lima, a situação é ainda mais apertada para os proprietários que contraíram empréstimos bancários para substituir as suas viaturas antigas e que neste momento estão sufocados para liquidar a dívida. “Está muito difícil porque têm de pagar o empréstimo, mas, com os sucessivos aumentos dos combustíveis, fica complicado honrar o compromisso. É uma luta constante para tirar as responsabilidades e tentar sobreviver.”

Os combustíveis tiveram um aumento médio de 9,93% em Cabo Verde em outubro, em linha com os preços praticados nos mercados internacionais, segundo a Agência Reguladora Multisectorial da Economia, que justifica com “aumentos expressivos e generalizados de 15,56 por cento. Comparativamente ao período homólogo de novembro de 2020, diz a ARME, então ainda marcado internacionalmente, em termos económicos, pela pandemia da Covid-19, a variação média em Cabo Verde dos preços dos combustíveis “corresponde a um aumento de 60,7% e, relativamente à variação média ao longo do ano em curso, ela corresponde a um acréscimo de 22,4%”, descreve a ARME.

O gasóleo normal está a ser vendido ao consumidor final a um preço máximo de 114,60 escudos por litro, um aumento de 8,73% face ao preço praticado em outubro. Já o litro de gasolina a 142,20 escudos, um aumento de 4,41% e petróleo passou para 97,70 escudos, uma subida de 10,52%. O litro de gasóleo para eletricidade aumentou 10,20%, para 99,40 escudos e o do gasóleo “marinha” subiu 10,39%, para 84,40 escudos. O gás butano aumentou 7,39% face a outubro, passando o preço a variar entre 482 e 9.294 escudos, respetivamente botijas de três a 55 quilogramas.

Sair da versão mobile