As agências de viagens e turismo e a TACV – Cabo Verde Airlines chegaram finalmente a acordo para a venda de bilhetes de passagens, de acordo com informações avançadas em exclusivo ao Mindelinsite pelo presidente interino da Associação das Agências de Viagens e Turismo (AAVT). Bino Santos explica que o início das operações vai depender agora de formações que os funcionários das agências terão de receber, mas acredita na possibilidade de aumento da procura pela companhia de bandeira por conta da oferta mais competitiva, mas lembra que janeiro é considerado “época baixa” para a aviação civil de uma maneira geral.
Segundo Bino Santos, algumas agências de viagens já estão a vender os bilhetes neste momento, outras ainda terão de ministrar formações. “Esta era uma reclamação dos utentes. A AAVT e a CVA estavam em negociação para tentar melhorar o acordo para agenciamento de viagens. Algumas agências já tinham assinado acordo com a CVA, mas a maior parte dos nossos associados optou por aguardar um parecer da associação. Felizmente conseguimos chegar a um entendimento e, a partir do acordo, todas as agências já começaram a assinar os acordos com a companhia para poder começar a dar formação e, posteriormente, vender os bilhetes de passagens”, refere.
Questionado sobre o timing para as agências de viagens e turismo começarem, efectivamente, a vender os bilhetes de passagens da CVA, o presidente interino da AAVT garante que depende agora apenas da parte da formação na nova plataforma, “mas não é nada de outro mundo, ou seja, não será demorado“. “O ideal seria fazer uma formação conjunta mas, infelizmente, cada agência tem as suas particularidades. Também vai depender da escala de formação que a TACV vai elaborar para as agências de viagens”, indica.
Bino acredita que, com as agências de viagens a vender os bilhetes de passagens da CVA, a procura poderá aumentar, tendo em conta a oferta. Admite, no entanto, que esta não é a época mais propicia para a aviação civil. “Ainda assim penso que iremos ter mais vendas. Isto porque muitas pessoas ainda não estão muito confiantes em fazer compras online. Por outro lado, nas agências há sempre um processo de continuidade e acompanhamento, ou seja, é algo mais cauteloso nesta fase de alguma incerteza. Dá mais segurança aos utentes”, pontua.
Outro factor relevante é a diferença de preços dos bilhetes de passagens entre a CVA e a TAP que, afirma, acaba por ser um atrativo. “A TACV entrou no mercado com um preço melhor comparativamente com a TAP nas ligações aéreas entre Cabo Verde e Portugal. Neste momento, um bilhete ida e volta da companha aérea de bandeira está abaixo dos 50 mil escudos, incluindo as comissões das agências. No site da CVA, para quem tem esta facilidade, é ainda mais barato. O preço final fica em torno dos 40 mil escudos”, detalha o presidente interino da AAVT.
Já em relação aos preços praticados pela TAP, afirma, neste momento uma passagem ida e volta Cabo Verde Lisboa ronda os 53 mil escudos nas agências. “Tanto a TAP Air Portugal como a SATA Airline estão com passagens aéreas com valores muito similares. Acreditávamos que, com a entrada da CVA no mercado, as passagens destas duas companhias aéreas lusas poderiam baixar de preço para equilibrar, mas isso ainda não aconteceu”, clarifica este responsável, que volta a reforçar que nesta operação de retoma os preços da CVA estão mais competitivos.
Por causa disso, admite, apesar da situação não ser a mais favorável por causa da pandemia da Covid-19, começa a ter alguma procura. “Temos de lembrar que esta não é uma época muito favorável para viagens. Janeiro é, por tradição, época baixa. No entanto, tem havido procura, considerando os valores que estão muito acessíveis, inclusive nas agências de viagens, pelas informações que tenho recebido, mas também a nível do site da Cabo Verde Airlines”, remata Bino Santos.