A Câmara Municipal da Ribeira Brava vai reabilitar os sítios históricos da cidade e das localidades de Belém, Preguiça e Juncalinho, com vista a preservar o património histórico e cultural da ilha, nomeadamente as casas e construções típicas da época colonial portuguesa. Segundo o Presidente, Pedro Morais, o objectivo é preservar os traços históricos e a identidade patrimonial desta Vila, arranjando guardiões do património para defender, com garras, aquilo que identifica a ilha. “Ribeira Brava é a vila mais antiga de Cabo verde, com mais de 270 anos de existência. É chamada carinhosamente de Vila – Cidade porque é um património que tem as suas características próprias, tais como as ruas estreitas, casas típicas do tempo colonial, entre outros traços que identificam a nossa história”, explica.
Segundo Pedro Morais, trata-se de um projecto caríssimo que, primeiro, passa por convencer as pessoas da importância da preservação do património e da necessidade de conservar, por exemplo, os telhados e fachadas dos edifícios antigos. Isto porque, para além de manter a vila com suas características próprias e singulares, trata-se de um produto turístico a ser oferecido. “O turista que visita Ribeira Brava também quer ver e conhecer este património”, defende.
Vários projectos foram desenvolvidos pela Câmara, juntamente com o Governo, para reabilitar os centros históricos, divididos em dois grupos. O primeiro é a reabilitação do centro da Ribeira Brava, que contempla o Terreiro com um piso apropriado para “brincar o carnaval” e porque é também uma referência a frente da Igreja Sé Catedral e do busto do Doutor Júlio José Dias. Morais considera este um espaço emblemático que merece ser preservado.
O segundo contempla a reabilitação do centro histórico da Preguiça, que foi um ponto fundamental de ligação desde o tempo da pesca da Baleia e que comemora, este ano, 200 anos de existência. “Estamos a trabalhar no centro histórico da Preguiça em parceria com a Universidade de Coimbra e a M_EIA – Escola Internacional de Artes, em São Vicente. O projecto é chamado de Laboratório da Preguiça e já está avançado”, explica Morais, que garante que até meados do mês de Maio o projecto estará concluído e apresentado, com financiamento do Ministério das Infraestruturas.
A par destes projectos, constam ainda a requalificação das lagoas ou piscinas naturais de Juncalinho e o plano urbanístico da zona, financiado também pelo Governo. “Não podemos construir de forma desenfreada. Neste momento, temos de criar um padrão de construção e trabalhar com foco tendo em vista o desenvolvimento destes pedacinhos de Cabo Verde, ligá-los ao mundo e trazer pessoas para conhecer o nosso património”, conclui Morais.
Natalina Andrade (Estagiário)