O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, vai condecorar na próxima terça-feira, pelas 18 horas no Palácio do Povo em São Vicente o histórico trompetista Joaquim Almeida com o Primeiro Grau da Ordem do Dragoeiro. “Morgadinho” integra um lote de personalidades que o Chefe de Estado tem vindo a distinguir, sob o lema “Celebrando a Histórica como alicerce da identidade, a democracia como realização do futuro”.
Morgadinho é conhecido por promover e defender a cultura de Cabo Verde, mais precisamente a sua música. Em entrevista recente ao Mindelinsite, este artista, que se diz um apaixonado pela música e pela vida e, por isso, consegue conviver com os colegas da sua geração, mas também com os mais novos, pediu aos jovens artistas para, também eles, continuarem a promover a cultura, que faz parte da identidade do cabo-verdiano.
Músico-instrumentista, compositor e intérprete, Morgadinho pertenceu ao grupo emblemático grupo Voz de Cabo Verde. Ao longo da sua carreira, editou ainda dois discos a solo, mas é quase sempre a figura central dos espectáculos em que participa um pouco por todo o mundo, graças a sua desenvoltura e empatia com o público.
“Um criol na França”, “Cabo Verde One 2000” e “Uma página voltod” são os seus temas mais conhecidos. Também compôs o instrumental “Flor Formosa”. Acompanha quase todas as suas músicas com trompete, uma paixão que diz ter importado do cinema, quando nos anos 40 do século passado, conheceu o trompetista norte-americano Henry James.
Neste momento, devido a problemas de saúde, mas também porque, como faz questão de frisar, “aos 87 anos um homem tem de conhecer os seus limites”, está mais dedicado a composição. A prova disso é a morna “Sonhe d´um crioula” que fez “por encomenda” para a jovem cantora mindelense Cremilda e que é um sucesso. Mas também é solicitado por jovens artistas para participar “dar uma palhinha” em seus espectáculos.
Morgadinho, recorda-se, foi também homenageado na 6ª edição do Krioll Jazz Festival, evento realizado pela Câmara da Praia e a Harmonia e que destaca o jazz de influência crioula e que incentiva o intercâmbio de artistas nacionais e internacionais. Na ocasião, este artista partilhou a homenagem com todos os músicos nacionais já falecidos, caso por exemplo do Bana, Luís Morais, Frank Cavaquinho e Ildo Lobo.
Constânça de Pina