O livro “Quando o Rouxinol vence o Touro”, a primeira obra literária da escritora Isa Iolanda, será lançado no dia 10 de Janeiro no Centro Cultural do Mindelo. Segundo a autora, Rouxinol é uma mulher pássaro canoro, migrante, internacionalista, uma mulher plural que arrebenta algemas, abre as portas das prisões mentais e do espírito e se espelha na força da arte para edificar pontes entre povos no valor da multiculturalidade. “É uma mulher que, na sua ávida vontade de cantar Cabo Verde e o Mundo, batalha com todo o ardor as várias facetas que se lhe apresenta o Touro”, um animal musculado que no livro se apresenta como o próprio Mundo e a sua complexidade.
O livro, avança Isa Iolanda, é um tributo aos refugiados em todas as partes do mundo, aos migrantes e encarcerados, especialmente entre eles mulheres e crianças, que, em situações de vulnerabilidade existencial extrema e na busca de melhores condições de vida, enfrentam obstáculos dramáticos, correndo riscos elevados, mas sempre imbuídos de um instinto de bravura e esperança incomensuráveis. “A crise migratória com que atravessa a humanidade é para o pássaro canoro Rouxinol um flagelo muito caro e sensível”, frisa a escritora. Para ela, escrever o livro, “melhor dizendo este disco”, é mais uma nova forma de continuar a cantar, respirar as palavras. As melodia, diz, saem no silêncio do imaginário ao dedilhar as teclas do computador. A escrita, prossegue essa artista, permite-lhe enaltecer a força e o poder da palavra.
Na obra, chama atenção a escritora, o leitor pode encontrar no subtítulo Cantar a Liberdade, Cantar o Mundeo, o Ser Mulher Artista… um olhar do Rouxinol sobre a importância da diplomacia cultural, passagens de humor, amor, desventuras, posicionamento crítico a determinadas políticas de emigranção e a paixão do Rouxinol pelo Jazz e Nova Iorque. Ainda é possível encontrar a letra de uma Morna inédita de 1949 escrita por Amílcar Cabral (Vulcan Bar) e musicada por Jota Monte.