Djosinha celebra 70 anos de carreira com lançamento de CD com rapsódia de mornas

O cantor Djosinha, 88 anos, pretende lançar o seu mais novo CD no mês de outubro nos Estados Unidos da América no dia da celebração dos seus 70 anos de carreira. O trabalho, ainda sem título, inclui uma rapsódia de 8 mornas, um bolero e coladeiras e deverá ser a última gravação do famoso vocalista do extinto grupo Voz de Cabo Verde.

“Está cada vez mais difícil investir na produção de discos devido a pirataria, pelo que esta será a minha última gravação. O artista não consegue reaver nem metade do investimento feito”, lamenta o artista, acentuando que, por causa dessa situação, as produtoras estão tomando medidas de segurança para evitar a cópia. Mesmo assim, o artista conseguiu lançar um best off há cerca de dois anos e todos os 3 mil exemplares foram comprados.

Djosinha recorda os 70 anos de música com orgulho. Actuou em vários palcos pelo mundo, em particular nas digressões do grupo Voz de Cabo Verde, e sempre com a sua forma peculiar de se comunicar com o público. Aliás, foi isso que fez no espectáculo realizado no mês passado na cidade do Mindelo para assinalar esse longo percurso. “Foi um show memorável. Adorei sentir a vibração do público, que esteve em sintonia comigo”, comenta o cantor, que, apesar da idade, continua a gozar de “boa saúde”. Como diz, sempre evitou beber e fumar e hoje está disfrutando os benefícios desse modo de vida. “Mas, às vezes, surgem surpresas!”

Pedido para falar um pouco da história da coladeira Intentaçon de Carnaval, o artista, que dá voz à versão original juntamente com Mité Costa, afirma que, para ele, é das músicas mais emblemáticas da festa do entrudo em S. Vicente. Segundo Djosinha, a composição retrata uma estória de traição amorosa que aconteceu no saudoso cinema Eden Park e foi magistralmente escrita por Tony Marques. “O Carnaval, apesar de ser uma festa alegre, esconde e revela muitas situações tristes e impactantes na vida das pessoas”, comenta Djosinha. Este lembra que a música, que chegou a ser interpretada num espectáculo no Eden Park, obteve grande sucesso e foi gravada por outros artistas, nomeadamente a nível instrumental, como atesta este clipe do música Djony do Cavaco.

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