Única ambulância operacional dos Bombeiros de São Vicente sofreu uma avaria e foi rebocada para oficina da CMSV

A única ambulância operacional que vinha sendo utilizada pelos Bombeiros Municipais de São Vicente para prestar socorro à população mindelense sofreu uma avaria ontem por volta das 16 horas, juntando-se assim as outras duas que se encontravam imobilizadas. A viatura ficou bloqueada na estrada e teve de ser rebocada para a oficina da Câmara de São Vicente. 

Esta informação foi avançada ao Mindelinsite pelo coordenador do Siacsa em São Vicente, que aproveitou para acusar o edil mindelense de vingança ao devolver lista de inscritos neste sindicato para reconhecimento de assinatura. “No dia 14 de março enviamos uma lista com 11 nomes de trabalhadores que sindicalizaram no Siacsa. Este é um procedimento normal. Para nosso espanto, a inscrição destes colaboradores foi devolvido, alegadamente porque as assinaturas dos mesmos não estão reconhecidos no Cartório. A lista veio acompanhada de um despacho assinado pelo próprio presidente A. Neves.”

Para Heidi Ganeto, esta atitude do presidente da Câmara de São Vicente é claramente uma retaliação porque ocorreu menos de 24 horas após o Siacsa denunciar, em conferência de imprensa a situação dos bombeiros, que estavam na eminência de ficar sem viaturas operacionais. E desde ontem estão sem ambulância. Outrossim, diz, foi a primeira vez que se exigiu o reconhecimento de assinatura dos trabalhadores sindicalizados, sendo que em pouco mais de um ano já enviou mais 50 novas inscrições. 

Esta exigência não consta da Lei Laboral, que fala defende a liberdade de associação sindical. Especificamente o artigo n.19 diz todos os trabalhadores são livres de criar associações sindicais para a defesa dos seus interesses. Este diz ainda que nenhum trabalhador ou grupo pode ser perseguido, ameaçado ou de qualquer modo prejudicado nos direitos que decorrem das relações de trabalho por sua filiação a alguma associação profissional, cívica ou cultural”.

O representante do Siacsa denuncia, por outro lado, uma dívida de cinco meses de quotas dos trabalhadores sindicalizados, que não estão a ser transferidos. “Sempre que dirigimos para o departamento de contabilidade da CMSV não somos sequer atendidos. Já enviamos emails para o presidente para expor esta situação e também não tivemos resposta. Acreditamos que, depois desta denuncia, o presidente tenha decidido endurecer ainda mais com o Siacsa.”

Para Heidi Ganeto, ao invés do edil estar preocupado em resolver os problemas dos trabalhadores, decidiu atacar o sindicato. “É caricato. Neste momento, temos os bombeiros na situação que se conhece e os trabalhadores do Serviço de Saneamento estão a ser obrigados a carregar o lixo em sacos nas costas. Estamos a falar de colaboradores com problemas de saúde, sob pena de serem penalizados com o corte do dia de serviço. Os controladores perseguem estes trabalhadores, mas o presidente não se preocupa em resolver estes problemas.”

O coordenador do Siacsa defende que, se existe alguma desconfiança de falsificação de assinaturas de novos associados, o presidente  da CMSV deveria accionar instancias próprias para clarificar a situação. Nunca tentar violar a lei para penalizar o sindicato e os próprios trabalhadores. 

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