O navio San Gwann realiza esta quinta-feira, 26, a sua última viagem no país ao serviço da Cabo Verde Interilhas, caso a empresa não receber nenhuma solicitação das instituições da Saúde ou do Governo. No mesmo dia, o ferry Kriola, que se encontrava avariado desde outubro de 2019, retoma as suas ligações marítimas, assumindo as rotas que vinham sendo operadas pelo San Gwann.
Estas informações foram confirmadas ao Mindelinsite pela assessoria de comunicação da Cabo Verde Interilhas. “O San Gwann, em principio, fará hoje a sua última viagem em Cabo Verde. Era para ser antes, mas devido a situação de emergência provocada pelo Covid-19 tivemos de tirar o ferry Liberdadi de rota para abastecer a ilha da Boa Vista. Por isso tivemos de manter o San Gwann em operações. Se não houver novas solicitações por parte das instituições de Saúde ou do Governo, a embarcação trabalha até hoje, fará a viagem S. Vicente – Santiago, via ilha do Sal ”, informou.
A rota deverá ser assumida pelo ferry Kriola, que está previsto para começar a operar esta quinta-feira. Segundo Jorge Martins, todas as inspecções, testes e licenças estão operacionais. “O navio já cumpriu todos os procedimentos exigidos e já está no caís de cabotagem pronto para iniciar operações, depois de uma longa paralisação – desde 05 de Outubro – devido a uma avaria técnica. O navio perdeu uma hélice, que teve de ser encomendado no exterior. A reparação foi feita na Cabnave”, acrescenta.
A ausência do “Kriola” foi colmatada com recurso ao aluguer do navio San Gwann na Espanha. Este chegou a Cabo Verde no mês de outubro e começou a operar em novembro, após o licenciamento por parte da autoridade marítima nacional. Para se ter uma ideia, de acordo com informações recolhidas junto da empresa, de Janeiro a Março, o navio realizou mais de 170 viagens e transportou cerca de 20 mil passageiros.
Ainda assim, ao que conseguimos apurar, a retoma do ferry boat Kriola vai aliviar a tesouraria da Cabo Verde Interilhas, tendo em conta os elevados custos com o San Gwann. A assessoria de imprensa da empresa nāo avança os valores envolvidos nesta operação. O departamento de comunicação da CVI desmente, no entanto, rumores que circulam no Mindelo e que falam em despesas à volta dos oito mil euros/dia.
“O que posso adiantar é que o navio tem um grande consumo. Para se ter uma ideia, San Gwann consome três vezes mais combustível que Praia d’ Aguada numa viagem na mesma rota. A vantagem é que San Gwann faz as viagens muito mais rápidas”, refere, lembrando que o navio foi alugado com tripulação. “O aluguel não era um problema, mas o consumo sim”, frisa.
De referir que, com a entrada em operações do “Kriola”, a CVI terá todos os seus navios operacionais. O único senão, neste momento, é a limitação do número de passageiros a 50% devido as medidas de contenção decorrentes do Covid -19. “Estamos a operar com 50% da lotação para cumprir as regras de distanciamento exigidas. Com esta medida, tendo em conta a proximidade das cadeiras, os passageiros conseguem manter uma distância segura.”
Constança de Pina