O Primeiro-ministro prometeu ontem investimentos na ordem dos onze milhões de contos em São Vicente no período 2017 – 2021 para revitalizar o desenvolvimento da ilha. Ulisses Correia e Silva, que presidiu o acto solene dos 140 anos da elevação do Mindelo a categoria de cidade, garantiu que o Governo está empenhado em trabalhar, pelo que pediu confiança e alto astral aos mindelense porque, frisou, é com “confiança que o país avança”.
“Destaco a requalificação dos bairros, a reabilitação de casas e das acessibilidades, a reabilitação do património histórico e cultural nos quais se inclui a asfaltagem da estrada cidade-Baía das Gatas e o Centro Nacional de Artesanato e Design. A nível das habitações, por exemplo, a Quinta de Santana do IFH acontecerá em 2020 e temos 88 casas sociais em Portelinha, com a cooperação chinesa. O Aeroporto Cesária Évora receberá investimentos para se adequar a operações nocturnas, através de voos internacionais”, enumerou o chefe do Governo.
O Parque Tecnológico e o Data Center em construção, o Centro de Hemodiálise, o Ambulatório, o Bloco da Maternidade e Pediatria do Hospital Baptista de Sousa, a reabilitação do Centro de Terapia Ocupacional da Ribeira d’Vinha e o Terminal de Cruzeiros, cujo arranque vem sendo anunciado pelo Executivo e a Enapor há anos, são outros projectos incluídos neste pacote de financiamento avaliado em onze milhões de contos, avançados por Ulisses Correia e Silva, para quem o Governo tem razões para estar confiante e para acreditar no país e na ilha de S. Vicente.
O PM, no entanto, não falou apenas dos investimentos públicos para esta ilha que, frisou, vai sediar a sociedade gestora do Centro Internacional de Negócios (CIN). Segundo o UCS, o Orçamento de Estado para 2019 fez importantes apostas na melhoria dos incentivos do CIN, que será um importante instrumento para dinamização da indústria em São Vicente. “Queremos Mindelo também como um destino turístico urbano, náutico, de eventos culturais, de conferências, congressos e feiras internacionais. Neste sentido, importantes investimentos privados estão a ser trabalhados, com apoio do Governo, no sentido de garantir melhores condições de financiamento. Alguns deles estão prestes a arrancar, outros com obras em curso. São os casos do Ouril, o Salamansa Bay, o Tulipa Matiota e o Merriott, que arrancará em Novembro.”
Tudo isto porque, afirma, o Governo está empenhado no desenvolvimento das ilhas, o que justifica a aposta na Regionalização, chumbada na semana passada pelo PAICV com argumentos que, de acordo com Correia e Silva, não convencem. “Foram dançando entre o referendo; uma ampla reforma do Estado, que passaria pela redução do número de deputados no Parlamento, e, mais recentemente, a eliminação dos municípios onde existe apenas um concelho, caso por exemplo de São Vicente. Estas razões foram acrescentadas ao longo do tempo com o único intuito de bloquear o processo. Mas vamos continuar a lutar até que a Regionalização se concretize.”
Viagem nostálgica
O edil mindelense optou por fazer uma viagem nostálgica aos sabores e lugares com suas histórias do “soncente d´outrora”, através das crónicas do historiador Brito-Semento, para definir o seu modelo de autarquia de agora e do futuro. “Vejo a autarquia como uma entidade facilitadora, e não como um poder gerador de obstáculos e de burocracia à criação de emprego, de riqueza e valor para o concelho”, disse Neves, que garantiu que a porta do Paços do Concelho estará sempre aberta aos munícipes e investidores. Aproveitou para elencar as obras estratégicas feitas e em curso, as preocupações com o equilíbrio das contas municipais, o Balcão Único, os apoios sociais, desportivos, de entre outros.
As festividades do dia da cidade contaram com a presença de várias entidades e instituições em São Vicente, entre os quais o ministro da Economia Marítima, os Secretários de Estado da Juventude e da Economia Marítima, deputados, Forças Armadas, Polícia Nacional, instituições religiosas, de entre outros.
Constânça de Pina