Trinta e nove fuzileiros navais da tropa de elite saídos do 42º curso de formação de soltados fuzileiros navais receberam esta tarde na praia da Lajinha, no Mindelo, as boinas azúis, em uma cerimónia presidida pelo Chefe de Estado Maior. Anildo Morais da Graça exaltou as qualidades do curso de fuzileiro, um dos mais exigentes ministrados em Cabo Verde, e exortou os fuzileiros a não caírem em caminhos obtusos ou obscuros.
Para o Chefe de Estado Maior, estes agora fuzileiros acabam de efectuar o passo mais relevante da sua vida militar. “Após formação intensa, especifica e adequada, atingiram a proficiência necessária para serem denominados fuzileiros”, afirmou, realçando que estão disponíveis, de forma altruísta, a guardar e fazer guardar a Constituição e as Leis da República, defendendo os valores da democracia e dos direitos humanos neles consagrados.
“Este é um compromisso que justifica o caracter único da condição militar e, de entre outros, faz deste ano o mais solene e significativo de quem decide enveredar por eta carreira, assumindo voluntariamente distinguir-se dos demais cidadãos, norteando o seu percurso com elevada dedicação e sacrifício, sentido de dever e de serviço pela Nação”, pontou.
Para Graça, os fuzileiros têm sabido cumprir com esmero as missões que lhes são atribuídas e, a partir desta data, deverão ostentar com honra e orgulho a boina ferrete, símbolo desta prestigiada unidade das FA. Falou das exigências do curso em que são desafiados a obter conhecimentos para o desempenho cabal da sua função, mas que também levam a uma mudança de vida porque foram treinados para ultrapassar obstáculos.
Exortou os fuzileiros a dignificarem a boina e a prosseguir no caminho da virtude e da honra. “Para vencer, três coisas definíveis são precisas: saber trabalhar, aproveitar oportunidades e criar relações. O resto pertence ao elemento indefinível, mas real, a que, à falta de melhor nome, se chama sorte. Os três definíveis vocês já fizeram e sorte é o que vos desejo.”.
Para o director do curso, Wlademir Horta, que antecedeu o CEMFA, esta cerimónia marcou o fim de um árduo percurso, que durou 14 semanas intensivas de treinos e instrução, divididas em duas fases: a preparação militar especifica e a especialidade dos fuzileiros com vários módulos. “Foram realizadas seis instruções operacionais permanentes e dois exercícios de campo. Dois 80 formandos que candidataram, 39 concluíram o curso com aproveitamento e uma média final de 13 valores”, detalhou.
Admite que foram poucos que, de entre muitos, conquistaram, por mérito próprio, o direito de ostentar a boina azul ferrete, que caracteriza e identifica os fuzileiros navais. Para Horta, fazer parte da tropa de elite das FA nunca foi e nem será fácil. Só conseguem os mais destemidos e audazes, pelo que aproveitou para elogiar estes fuzileiros, com quem teve a honra de trabalhar.
A ocasião foi aproveitada para premiar os formandos que se destacaram, tendo sido contemplados com os prémios “Destreza Física”, “Aprumo Militar” e “Melhor Aluno do Curso”. A cerimónia prosseguiu com desfile e apresentação de Continência ao CEMFA, apresentação de TATO Militar, Kata com arma, defesa pessoal, demonstração de técnicas de tiro de combate (munição de salvas), de um Golpe de Mão/Raid Anfíbio e de botes.