O alegado caso de assédio sexual, moral e de tráfico de influências cometido por um consultor chileno da Pró-Garante foi remetido pela instituição para a alçada das “entidades competentes” ao mesmo tempo que colocou os envolvidos em regime de teletrabalho, enquanto decorre o apuramento da denúncia. Estas medidas foram tomadas, conforme comunicado da Unidade de Gestão de Projectos Especiais da Pró-Garante, na sequência da “grave denúncia” feita por duas funcionárias contra Andrés Bernal em março e que foi alvo agora de uma notícia do jornal A Nação.
Em jeito de esclarecimento, a Unidade de Gestão de Projectos Especiais acrescenta que, enquanto entidade contratante dos envolvidos, criou ainda um comité de investigação administrativo com base nos regulamentos e procedimentos nacionais e do financiador, neste caso o Banco Mundial. “Assim, a UGPE, em função das conclusões da investigação, agirá em conformidade, respeitando e cumprindo com todo o quadro legal relativamente ao assunto em pauta”, reforça.
Esta entidade esclarece que Andrés Bernal foi contratado via concurso público internacional, no âmbito da implementação do projecto “Acesso a financiamento para as micro, pequenas e médias empresas” financiado pelo Banco Mundial e que foi integrado para exercer as funções de Administrador Executivo da Pró-Garante.
Conforme o jornal A Nação, o administrador executivo da Pró-Garante, o chileno Andrés Bernal, é acusado por duas mulheres de assédio sexual e assédio moral e ainda de tráfico de influências. Das duas denunciantes do seu alegado comportamento, uma foi colocada em teletrabalho e outra foi despedida. “Enquanto isso, o visado, que deveria ser suspenso, por indicação do vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, continua a trabalhar por suposta ´proteção´ da PCA da Pró-Garante e do PCA do Fundo Soberano”, relata o jornal, acrescentando que Bernal foi confrontado e assegurou que as denúncias são “completamente falsas”. Por seu lado, a PCA da Pró-Garante também negou essa acusação e garantiu, conforme noticia a TCV, que vai acionar todos os procedimentos administrativos e legais para defender o seu nome.
Entretanto, a TCV deu conta que o Ministério Público está a investigar a queixa. O ICIEG confirmou, por outro lado, a existência do caso às antenas da Rádio de Cabo Verde e pediu tolerância zero a casos de assédio sexual nos locais de trabalho.
O consultor chileno foi denunciado pela responsável do pelouro de risco da Pró-Garante de assédio sexual, enquanto outra técnica da instituição o acusa de de assédio moral e tráfico de influências. Esta última foi despedida e avançou com uma queixa na justiça, tendo sido reintegrada por ordens do tribunal, que considerou o despedimento ilegal. Consta que o caso foi relatado ao ministro Olavo Correia, que deu indicações para o afastamento do consultor chileno, mas que essa medida ainda não foi consumada.
O caso chegou também ao conhecimento da Inspeção-Geral do Trabalho, que, segundo o ICIEG, já ouviu uma das vítimas. A presidente do Instituto disse à RCV que espera que as testemunhas e o suspeito já tenham também dado o seu depoimento.