Sentença do caso Caixa Económica adiada pela terceira vez

Herberto Rodrigues vai ter de esperar mais sete horas no mínimo para conhecer a decisão do processo judicial relacionado com o desvio de avultados montantes da Caixa Económica, num período estimado de catorze anos. É que a leitura da sentença voltou a ser adiada hoje de manhã pelo juiz Manuel Andrade, o terceiro desde o dia 25 de janeiro. Apesar da ansiedade que essa ida e volta ao Tribunal de S. Vicente pode provocar, o ex-subgerente da agência 5 de Julho, no Mindelo, mostra-se tranquilo, pronto a ouvir a decisão da justiça.

“Vejo esses sucessivos adiamentos como resultado da complexidade deste processo. Repare que o julgamento foi adiado duas vezes e agora a sentença sofre três adiamentos. Há quatro anos que estou a navegar neste processo pelo que esperar mais um dia ou dois não faz grande diferença neste momento para mim”, comenta o arguido, que prefere uma “sentença consciente” do que uma “decisão apressada”.

Na perspectiva de Bety, se o juiz sentiu a necessidade de mais tempo é porque ele está à procura da melhor decisão. “Aquilo que tem nas mãos e lhe vai pela cabeça não é nada fácil. Afinal todos somos seres humanos”, acrescenta o réu, que promete reagir após a leitura da sentença, seja qual for a medida.

Esta é a terceira vez que o juiz Manuel Andrade comunica às partes o adiamento da leitura da sentença, apesar de ter garantido que a decisão seria conhecida impreterivelmente nas primeiras horas do dia 25 de janeiro. Conforme apurou o Mindelinsite, o Tribunal de S. Vicente assegurou que a audiência irá acontecer ainda hoje pelas 17 horas.

Ex-subgerente da Caixa Económica, Bety está a responder por um processo judicial movido pelo Ministério Público, com assistência da Caixa Económica, pelos alegados crimes de abuso de confiança agravada, falsificação de documentos bancários, burla informática e lavagem de capitais. A acusação pediu 17 anos de cadeia e a devolução de 66.823 contos como reposição do dinheiro extraviado e indemnização pelos danos causados à imagem do banco. Durante todo o processo o arguido defendeu a sua alegada inocência.

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