O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva garantiu ontem, no seu discurso de inauguração da estrada asfaltada cidade-Baía das Gatas, que São Vicente vai ter as suas ligações aéreas para Lisboa, operados pela Cabo Verde Airlines. Mas o chefe do Governo não precisou uma data, optando por dizer que “é só o tempo de o doente sair do coma e começar a recuperar.”
Ao elencar os projectos que o seu Executivo tem em curso ou em carteira para esta ilha, Ulisses Correia e Silva evocou o sector dos transportes aéreos e marítimos, que mais críticas têm merecido dos mindelenses. Foram, aliás, uma das bandeiras da manifestação do dia 05 de Julho.
Segundo o PM, é preciso encarar as coisas de frente. No caso dos transportes marítimos interilhas, afirmou, o Governo decidiu concessionar as linhas, lançou um concurso e houve um vencedor. Conseguiu juntar os armadores a um parceiro estratégico para criar uma companhia marítima que vai garantir, previsibilidade, regularidade, qualidade nos transportes e unificar o mercado. “Esta é a forma de dar volta ao estrangulamento que temos hoje, que são os mercados-ilhas, e facilitar o escoamento de produtos”,
Já a nível dos transportes aéreos, todos conhecem a história dos TACV, frisou. “Pegamos uma empresa quase morta, assistida artificialmente. Conseguimos recuperar, reestruturar e privatizar esta empresa. Hoje ela está a voar. Operacionalizamos o conceito do hup e neste momento temos três aviões. Até o final do ano teremos cinco. Não temos dúvidas de que esta ilha vai ter as suas ligações São Vicente- Lisboa-São Vicente”, garantiu.
Para o Chefe do Governo, é só uma questão de deixar o doente sair do coma e recuperar. Isto porque não se pode esperar que um doente saí do coma e, de imediato, começa a fazer ginástica, levantar alteres ou footing. “Temos de esperar o doente recuperar, ganhar força. É isso que está a acontecer neste momento. Esta é a nossa aposta. Não queremos tirar o doente do coma e depois provocar a sua morte. É preciso acreditar que isso vai acontecer.”
Em nenhum momento Correia e Silva aventou a possibilidade da CVA operar no mercado interno, contrariamente as notícias veiculadas pelos jornais online “O País” e “Notícias do Norte”. Sem citar fontes, tanto um como outro garantem que a CVA vai iniciar voos internos a partir de Outubro com uma frota de dois ATRs, de 46 lugares cada. A estes juntará um terceiro, no caso um 72-600, de 68 lugares, que chegará em Dezembro.
Mais preciso, “O País” revela que um dos ATRs ficará baseado no Aeroporto Internacional Cesária Évora, e o outro no Aeroporto Internacional da Praia, sendo que ambos servirão de “feeder” dos voos internacionais da companhia aérea de bandeira. Além dos voos nas rotas internas de maior movimento, São Vicente-Sal e Praia, estes ATRs garantirão o transporte de passageiros de e para São Filipe com destino a Boston, nos Estados Unidos.
Este online revela ainda que já em Janeiro de 2020, um novo Boeing 737 chegará para fazer ligações diárias Lisboa-Mindelo-Lisboa e Lisboa-Praia-Lisboa, alternadamente. Estas ligações, prossegue a mesma fonte, serão operadas na fase inicial pela CVA, mas a ideia é criar uma empresa conjunta no futuro, CVA e Lease Air de Portugal, para assumir as operações.
Já o NN revelava no dia 15 de Julho que a CVA está prestes a concluir uma operação onde vai adquirir, em regime de leasing, dois ATRs, que se destinam a fazer a ligação das ilhas de São Vicente e Santiago ao hub do Sal.
Constânça de Pina