Um grupo de mais de 50 professores licenciados entre 2016 e 2020 vão entregar, a partir das 14h30 de hoje, um abaixo-assinado na delegação do Ministério da Educação em São Vicente, que deverá fazer a missiva chegar ao Ministro Amadeu Cruz. Estes docentes pedem que a tutela analise a sua situação profissional no que tange a reclassificação que tarda em chegar, sendo que em alguns casos a espera já vai para cinco anos.
Segundo o porta-voz do grupo, Fidelino Mota, os docentes foram estimulados a fazer a licenciatura, no âmbito do novo Estatuto do Pessoal Docente e também do alargamento da escolaridade obrigatória de seis para oito anos. “Fizemos a licenciatura entre 2016 e 2020. E, pelo menos os que concluíram primeiro, estão há cinco anos a espera da reclassificação, com todos os prejuízos económicos e profissionais que esta demora acarreta”, explica este docente.
Esta é a primeira acção destes professores, mas Fidelino Mota garante que esta é uma luta que os sindicatos vêm travando há anos. “Os sindicatos têm vindo a chamar atenção para a nossa situação sistematicamente, sem sucesso. Somos mais de 50 professores nesta situação em São Vicente, mas também há outros tantos nas restantes ilhas, com os quais temos vindo a conversar”, assegura o porta-voz deste grupo de docentes. Este esclarece que, concluída a licenciatura, deveriam subir automaticamente de categoria e, consequentemente, ter uma melhoria salarial.
“Foi na expectativa de uma melhoria na nossa situação financeira e profissional que investimos tanto na nossa formação académica. Temos colegas que tiveram de recorrer à empréstimos bancários para custear a nossa formação e que neste momento estão em uma situação lamentável. Isto porque endividaram e não há retorno”, pontua Fidelino Mota, destacando que, neste momento, estes professores auferem salários médios de pouco mais de 50 mil escudos, mas, depois de reclassificados, passam para a auferir vencimentos superior a 78 mil escudos.