O presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, classificou hoje de “ridículo” o facto de a União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID) falar em obras em atraso quando o partido reprovou dois orçamentos municipais.
O autarca falava em conferência de imprensa, em reacção às declarações de Jorge Fonseca, líder da bancada da UCID na Assembleia Municipal de São Vicente, que disse que há derrapagem nas obras feitas pela Câmara, citando como exemplos o polidesportivo Oeiras Norte e a ex-Conservatória de Registos, pedindo a intervenção das autoridades, entre elas o Tribunal de Contas.
“É ridícula a conferência de imprensa dada pela UCID após eles e o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) terem chumbado os orçamentos de 2023 e 2024 da câmara de São Vicente, de emperraram e prejudicarem o mandato completo durante três anos, com processos no tribunal pedindo perda de mandato do seu presidente, de não aprovaram nenhum documento, de nenhum concurso público para obras e aquisições e agora virem falar de obras em atraso”, reagiu.
Para Augusto Neves tal atitude é uma “falta de respeito e consideração” da UCID para com a ilha de São Vicente.
“Deveriam ajudar para a melhoria da qualidade de vida da população. Somente criam dificuldades e, por má-fé e rancor, prejudicam a ilha porque se as obras estão paradas é da inteira responsabilidade é da UCID e do PAICV”, sentenciou o presidente, argumentando que começaram a campanha “muito cedo e com mentiras”, porque em 2007 ele não trabalhava na câmara municipal e as obras iniciaram um pouco antes da covid-19.
Segundo o autarca, os responsáveis da UCID “sabem perfeitamente” que há aproximadamente três meses foi possível aprovar o concurso de retoma das obras do polidesportivo Oeiras Norte, em Chã de Alecrim, porque a própria UCID e o PAICV não aprovaram os concursos.
“A empresa Matec ganhou o concurso já fizemos a entrega da primeira tranche do montante. A empresa está trabalhando nessa cobertura, obviamente não se trabalha no local, mas mesmo assim durante todos os anos nunca paramos de trabalhar. O polidesportivo é uma obra grandiosa e temos a certeza que terminaremos porque hoje temos financiamento”, acrescentou sem adiantar datas para o término.
Isto porque, justificou, “depende de o empreiteiro terminar a cobertura, mas a obra está bastante avançada e o piso já foi encomendado”.
Sobre a questão de ser um projecto que já constou de sucessivos orçamentos, tal como enunciou a UCID, Augusto Neves explicou que em todos os orçamentos colocam uma pequena quantia para ir realizando obras, mas o orçamento total da obra ultrapassa os 150 mil contos.
Em relação à obra na ex-Conservatória de Registos, o autarca reconheceu que á esgotaram aquilo tinham orçamentado no mandato anterior, mas neste mandato não conseguem o orçamento para concluir a obra.
“A obra ainda está paralisada. Mas estamos atrás de financiamento para terminar”, garantiu o presidente da câmara de São Vicente.
Sobre as reclamações da UCID de falta de iluminação pública na ilha, o mesmo afirmou que é responsabilidade da Electra, mas a câmara fará sempre o esforço conversando com a Electra para melhorar a iluminação”.
Inforpress