O Primeiro-ministro afirmou esta manhã na cidade do Mindelo que este não é o momento certo para se fazer uma ligação entre o acidente que vitimou os oito militares em Guindão e o debate sobre o serviço obrigatório nas Forças Armadas. Questionado pelos jornalistas presentes na cerimónia fúnebre dos soldados Igor Costa e Cleiton Rocha no Comando da 1. Região Militar, Ulisses Correia e Silva lembrou que este tema consta do programa do Governo, mas enfatizou que tem havido muita extrapolação sobre as condições das Forças Armadas.
“Não devemos nestes momentos juntar as coisas para podermos depois ver com tranquilidade aquilo que é necessário fazer no domínio das reformas e que não estão ligadas a situações casuísticas como o que aconteceu”, reagiu o chefe do Executivo. Para o governante está-se a extrapolar muito sobre as condições das Forças Armadas, como a instituição opera, sem se levar em conta que houve, de facto, uma tragédia. Ulisses Correia e Silva enfatizou que é preciso esperar pelo resultado do inquérito instaurado pelas FA para se apurar com certeza o que aconteceu e as eventuais consequências.
Acompanhado da ministra da Defesa e do CEMFA, Ulisses Correia e Silva defendeu que as FA são uma instituição reconhecida pela sua utilidade, que faz um trabalho no domínio da defesa do país e que ainda age na esfera da proteção civil. A este propósito lembrou o serviço prestado pelos militares a quando da pandemia da Covid-19 em Cabo Verde.
“Expressar uma palavra de reconhecimento por toda a bravura e o engajamento dos militares, bombeiros e outros membros da proteção civil no combate aos incêndios e que hoje estão controlados”, disse o governante, para quem, não há nada, no entanto, que substitua a dor da perda de filhos ainda na idade da juventude. Por isso aproveitou o momento para reforçar as mensagens de reconforto endereçadas aos familiares das nove vítimas mortais ligadas aos incêndios florestais nos perímetros da Serra Malagueta e Figueira das Naus, na ilha de Santiago.