O Ministro do Mar, Paulo Veig diz esperar que o navio Dona Tututa venha a quebrar os tabus, as distâncias e a ideia de existir ilhas isoladas em Cabo Verde, fazendo jus a personalidade de quem emprestou o nome, Dona Tututa, que foi uma pessoa disruptiva, quebrou tabus e desafiou convenções. Para o governante, que presidia a cerimónia de baptismo da mais nova embarcação da Cabo Verde Interilhas no dia em que se comemora o 46º aniversário da independência, este é mais um passo na melhoria da prestação do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga. Afirmou ainda que a ligação entre as ilhas é “um imperativo ao desenvolvimento do país.
Na sua intervenção, o ministro do Mar começou por realçar o contexto geográfico de Cabo Verde que, a seu ver, impõe que os transportes marítimos ganhem contornos de extrema importância. “Enquanto país insular, com um mercado amplamente fragmentado, o desafio da existência de transportes marítimos regulares e confiáveis é partilhado por todos, bem como o objectivo de unificação do mercado, da segurança, eficiência e qualidade na circulação de pessoas, bens e produtos, com previsibilidade e frequência”, declarou Paulo Veiga.
Neste sentido, prosseguiu, o Estado de Cabo Verde, através do programa Cabo Verde Plataforma Marítima, assumiu o compromisso de desenvolver transportes de qualidade, confiáveis, sustentáveis e resilientes para apoiar o desenvolvimento económico e o bem-estar do país. “No âmbito das suas atribuições de assegurar a prestação de um serviço público de transporte marítimo de carga e passageiros continuo, regular e acessível, que satisfaça da população, dinamize a economia, integra e unifique o mercado nacional, o Governo procedeu a celebração do contrato de concessão com a empresa Cabo Verde Interilhas SA, cujas operações tiveram início em agosto de 2019″, especificou, ressaltando que o referido contrata visa garantir uma maior conectividade entre as ilhas.
Por isso mesmo, entende Paulo Veiga que a aquisição deste navio é uma grande aposta da CV Interilhas, que dá resposta ao cumprimento do objecto do contrato. Visa ainda garantir maior frequência e segurança nos transportes marítimos de passageiros e carga. “O navio Dona Tututa é uma embarcação versátil. Conjuga o tráfego de passageiro e todo o tipo de carga, permitindo várias combinações de capacidade, dependendo do tipo de viaturas que transporta. Permite ainda o transporte de contentores frigoríficos, o que irá facilitar a vida de operadores económicos, garantindo o escoamento de produtos frescos de forma mais célere e com qualidade. Oferece excelentes condições de navegação para os mares de CV, sem limitação”, detalha, sendo que este ainda chega ao país classificado e segurado.
Marco do posicionamento da CVI
Para o presidente do Grupo ETE, que veio propositadamente a Cabo Verde para dar às boas-vindas aos convidados e personalidades que testemunharam o batismo, o Dona Tututa é mais um investimento sustentável da CVI e um marco naquilo que é o posicionamento da concessionária dos transportes marítimos e do Grupo ETE no sector marítimo-portuário e logístico do país. “Há mais de 30 anos que estamos presentes em Cabo Verde, cooperando e contribuindo para o desenvolvimento económico e social de Cabo Verde”, afirmou Luís Figueiredo, ressaltando que a operação da CVI é estruturante para a movimentação da economia do país e, por isso, o investimento nos recursos humanos, infraestruturas e equipamentos adequados. “Só assim conseguimos proporcionar a qualidade do serviço a que nos propomos: um serviço de transportes marítimos de passageiros e carga inter-ilhas regular, com horários e itinerários pré-definidos que contribui para a mobilidade das populações, dos agentes económicos e que faz movimentar a economia.”
Neste sentido, Figueiredo deixou claro que mais do que uma operação marítima, este projecto é uma forma de assegurar a coesão territorial com características arquipelágicas como Cabo Verde. E é este o fogo na CV Interilhas e no Grupo ETE, nas mais diversas áreas de negócios, nas diversas competências técnicas e infraestruturas da empresa. “É neste contexto que colocamos mais navios como o D. Tututa que hoje conhecemos. Com entusiasmo e satisfação podemos afirmar que é símbolo da cooperação estratégica de excelência operacional e elevação do standarts internacional que conjuga e consiga trazer impacto positivo na vida das pessoas e na estrutura económica do país.”
O baptismo do navio esteve a cargo do Chanceler Pe Lino Paulino e contou com a presença de individualidades e instituições, e intervenções do presidente da Câmara de São Vicente, Augusto Neves, da filha da pianista, que tem o mesmo nome da mãe, Epifânia Évora, e que foi escolhida com madrinha da embarcação e do administrador da CVI, Jorge Maurício. Quanto à novel embarcação em si, com data de fabrico de 2002, irá operar na rota São Vicente/São Nicolau/Sal e Boa Vista. Tem 69 metros de cumprimento, capacidade para transportar 220 passageiros e 43 viaturas ou 11 atrelados. Dispõe contentores de frio para o escoamento de produtos frescos.