Orgulho e exaltação nos discursos de celebração do Dia do Município de S. Vicente

Orgulho e exaltação dominaram os discursos na sessão solene no Salão Nobre da Câmara de São Vicente de celebração dos 563 anos do município. O ministro do Mar e das Comunidades, Jorge Santos, apresentou S. Vicente com um exemplo de municipalismo e defendeu que o seu processo de desenvolvimento se encaixa e completa o de Cabo Verde. O edil Augusto Neves afirmou que S. Vicente caminha a passos largos para um futuro cada vez mais promissor, zelosa das suas responsabilidades enquanto urbe. Já para a presidente da Assembleia Municipal, esta ilha é no seu todo um centro cultural, lugar onde as artes e as tradições se misturam de forma única. A cerimónia ficou, entretanto, marcada pela ausência dos deputados da UCID. 

Jorge Santos, que representou o Governo nesta efeméride, começou por dizer que uma das riquezas de S. Vicente é a sua poderosa energia, que se sente nas ruas, nas praias, na morna ou na coladeira e em cada recanto desta cidade. Mas é também a sua capacidade mobilizadora, o seu dinamismo e a criatividade. No ano em que se celebra os 50 anos da independência e os 34 do municipalismo, entende o governante que hoje o poder local é diferente, as exigências são outras e as responsabilidades maiores. “A coesão territorial é mais forte,  com o poder local orientado para a missão de serviço público, com boa governança e capacidade de conjugar a economia e a ação social,  com a boa gestão do território municipal ao nível urbanístico ambiental”, pontuou.

E a ilha, que emprestou o seu nome a um Santo mártir Vicente, afirmou Santos, serve Cabo Verde porque o seu desenvolvimento se encaixa e completa o processo nacional, com as suas potencialidades e os seus grandes dotes, constatou, desafiando os políticos, classe empresarial, sector público e privado a sentirem este dever de servir e de serem úteis. “São Vicente é um marco de servir. É sem margem para dúvidas um exemplo de boas práticas municipais. Está sempre um passo adiante. Tem um poder local vibrante, politicamente, mas também em termos de realizações físicas. Ouso dizer, é a ilha com o melhor saneamento e com a melhor requalificação urbana”, exemplificou. 

Neste sentido, felicitou o edil Augusto Neves, a presidente da Assembleia, os empresários, organizações não governamentais, sector público e privado por esta construção coletiva da ilha, que a todos deve orgulhar.  “São Vicente, está de parabéns pelos resultados conseguidos. Representa, a nível nacional,  um exemplo dessa dinâmica. E o país tem muito também a aprender com essas boas práticas”, reforçou, aproveitando para elencar os vários projectos em curso ou em carteira que vão catapultar a economia desta ilha, designadamente a nível do turismo, educação, transição energética, expansão do Porto Grande, terminal de cruzeiros, requalificação da Av. Marginal, entre outros. 

Futuro promissor

O presidente da Câmara de São Vicente, na qualidade de anfitrião, saudou as autoridades e entidades presentes nas celebrações que marcam o início das solenidade alusivas aos 563 anos deste município e que, no seu entender, caminha a passos largos em direção a um futuro cada vez mais promissor. “Estamos aqui hoje para celebrar a visão de homens que enxergaram o futuro e compartilharam a alegria de uma ilha que chegou aos 563 anos de vida, movida pela crença de outros visionários, extraordinários cidadãos que tomaram nas mãos o desafio de fazer esta cidade, atuando-se em pontos diversos da sua engrenagem”, disse Neves, que aproveitou para assumir a responsabilidade de governar para todos. 

“O nosso compromisso é com os 95 mil sãovicentinos que vivem nesta cidade-ilha. A nossa responsabilidade é manter a cidade funcionando igual ou melhor. É não parar um só serviço. Pelo contrário, a nossa meta é ampliar o que já ofertamos. O nosso compromisso é manter intacto o quadro dos servidores municipais, sem que nenhum pai ou mãe de família tenha de ser afastado da vida produtiva. É vencer os desafios e manter o padrão de qualidade de vida que os nossos cidadãos merecem”, assegurou. Isto porque, prossegue Neves, a democracia só produz efeito se, na prática, corresponder medidas e ações que visam os cidadãos e as suas necessidades, e não os jogos políticos. “A seriedade e a credibilidade são fundamentais para as pessoas acreditarem na política e nos políticos. Esses são os valores e pilares que devemos preservar e defender.” 

Transparência e diálogo

Já a presidente da AMSV, após os elogios de praxes a S. Vicente e suas gentes, prometeu ajudar a concretizar todos os projectos previstos para a ilha. “É nosso dever criar condições ótimas para o nosso povo, fazer com que todos sejam incluídos nos projetos e manter um clima de paz e cordialidade. Faremos de tudo, junto com a Câmara Municipal, para que o desenvolvimento da ilha seja respeitado e assegurado, porque sempre defendemos que o povo está em primeiro lugar. Como cidadã comprometida com o desenvolvimento local, acredito que uma AMSV forte e atuante é fundamental para atender as necessidades e aspirações de todos os munícipes”, defendeu Helena Fortes.

Para um bom desempenho, disse a presidente, o trabalho da Assembleia Municipal de São Vicente vai assentar em três pilares: transparência, voz e vez aos cidadãos e diálogo com as bancadas para a estabilidade da governação. “As diferenças partidárias não devem ser um obstáculo, mas sim uma oportunidade para enriquecer o debate e encontrar soluções que beneficiem a todos. Meu compromisso é fomentar um ambiente de respeito e cooperação, onde possamos trabalhar juntos independentemente das nossas divergências políticas, sempre em prol do bom comum.”

O ato solene das celebrações do Dia do Município contou com a presença de algumas personalidades mindelenses, representantes dos serviços desconcentrados do Estado, entidades religiosas, Forças Armadas, Polícia Nacional, Bombeiros, funcionários da edilidade, de entre outros. Os eleitos municipais da UCID, com excepção da deputada Dora Pires, optaram, no entanto, por não comparecer. 

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