O optimismo dominou os discursos do Primeiro-ministro e do presidente da Câmara Municipal de São Vicente abertura do Fórum Pensar São Vicente 2035. Todos se mostravam confiantes de que dos debates e reflexão sobre o desenvolvimento da ilha, de forma integrada e de sustentabilidade económica, social e ambiental a médio e longo prazo. Ulisses Correia e Silva acenou com os projectos em curso e voltou a levantar a bandeira da regionalização cujo debate, frisou, deve ser feito numa perspectiva de desenvolvimento e não do poder. Augusto Neves acredita na mobilização da sociedade civil, sector publico e privado, especialistas nacionais e estrangeiros para reflectir e construir consensos para o desenvolvimento e modernização da ilha e, principalmente, na necessidade de levar Mindelo a sério.
O Chefe do Governo começou por enaltecer a iniciativa deste fórum, que é movido por objectivos importantes como dinamizar a economia, exportar bens e serviços, criar empregos, reduzir a pobreza e criar oportunidades. Mas, para isso, frisou, é preciso criar as condições favoráveis, nomeadamente através de estímulos, incentivos, politicas, investimentos e modelos de governança. Neste sentido, apontou um conjunto de investimentos que vem sendo feito e que considerou estruturantes para o futuro da ilha: Zona Especial de Economia Marítima, Campus do Mar, Universidade Técnica do Atlantico, atração de investidores de referencia, requalificação da Baía das Gatas, o Terminal de Cruzeiro cuja primeira pedra foi lançada ontem, o Ocean Race, um conjunto de hotéis em construção, de entre outros.
A nível da governança, Correia e Silva voltou ao tema regionalização, uma debate que, afirmou, deve ser feito numa perspectiva de desenvolvimento e não de poder. “O modelo de governança da ilha de São Vicente e a sua complementaridade com Santo Antão e São Nicolau é um debate que deve ser feito não só no reforço da descentralização, mas na procura de um melhor de governação das ilhas. Temos de encontrar formas de aproveitar todas as potencialidades humanas, naturais e patrimoniais da ilha para o seu desenvolvimento. Este modelos que temos é o melhor? Que modelo alternativo podemos desenvolver?”interrogou o PM, realçando que estas são as grandes questões e espera que as respostas sejam conhecidas. “Estamos confiantes que uma atitude desenvolvimentista, com visão, com objectivos claros, compromisso geracional de longo prazo e alinhamento institucional, cidadã e empresarial vamos conseguir vencer e desenvolver São Vicente”.
Já o presidente da CMSV era um homem feliz com a concretização deste fórum que decorre nesta semana do Dia do Município de São Vicente, 22 de Janeiro, e pela presença dos muitos convidados. De acordo com Augusto Neves, com esta iniciativa enquadrada na agenda de desenvolvimento e projecção internacional de SV, a autarquia espera projectar o futuro da ilha e, para o efeito, espera mobilizar as principais partes interessadas: sociedade civil, sector publico e privado, especialistas nacionais e internacionais. “Congratulamos com esta iniciativa e estamos convencidos de que as reflexões aqui desenvolvidas e recomendações saídas irão conseguir melhorar o ambiente da ilha, pois a exigência da sua boa execução irá imprimir uma nova dinâmica, quer ao município de S.Vicente, bem como na atuação dos agentes económicos, dos operadores turísticos, dos homens de cultura, das empresas publicas e privadas e de toda a comunidade local. O nosso compromisso é cuidar de todos os sanvicentinos. Mindelo levado a serio e ao serviço das pessoas”.
Mais pragmática, a presidente da AM, Dora Pires admitiu que São Vicente parou no tempo, mas disse acreditar que, com este fórum, sairão ideias e projectos para dar um novo rumo a ilha. “Acreditamos nisso e hoje, com o lançamento da primeira pedra do terminal de cruzeiro, com a entrega do complexo das casas na Portelinha com a cooperação do Governo Chinês, sentimos que realmente um passo está sendo dado para que SV possa galgar novos rumos”, referiu, lembrando que durante estes três dias vão ser apresentados 60 temas reflectindo a sociedade, economia, ambiente e urbanismo que irão projectar a ilha para novos patamares.
Estiveram presentes na abertura deste fórum vários governantes, os presidente da Associação Nacional dos Municípios, das Câmaras Municipais de Santo Antão, São Nicolau e da Praia, representantes de instituições públicas e privadas, experts e convidados.