ME confirma regresso à normalidade do funcionamento das escolas no próximo ano lectivo

O Ministro da Educação confirmou ao Mindelinsite o regresso à normalidade do funcionamento das escolas em Cabo Verde, com carga horária e tempos lectivos na integre, a partir do início do próximo ano lectivo, em linha com a recomendação da Unicef, que quer as escolas abertas antes da vacinação de alunos e professores. Amadeu Cruz garante já estão a trabalhar para um arranque tranquilo das aulas no dia 13 de setembro.

“A recomendação da Unicef veio confirmar a racionalidade da decisão tomada pelo Ministério da Educação. Não vamos vacilar! Vamos continuar os preparativos e ir afinando para um arranque tranquilo. Todos estamos empenhados e motivados para vencer os obstáculos e para servir sempre”, afirmou a tutela ao anunciar o regresso à normalidade do funcionamento das escolas em todo Cabo Verde, com carga horária e tempos lectivos completos.

Unicef quer escolas abertas

A Unicef defendeu que quer as escolas abertas antes mesmos da vacinação de alunos e professores. “Isso não pode continuar (…) as escolas devem ser os últimos lugares a encerrar e os primeiros a reabrir”, defendeu James Elder, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), realçando que, por causa do novo coronavírus, 600 milhões de crianças em idade escolar em todo o mundo estão a ser afectadas pelas medidas de restrição.

James Elder fez estas constatações durante uma conferência de imprensa em Genebra, reconhecendo, entretanto, que a escolha, entre abrir ou deixar encerradas as escolas, às vezes é difícil para as autoridades. “A reabertura das escolas não pode esperar até que os alunos e professores estejam vacinados”, reforçou Elder, acrescentando que os governos e doadores devem “proteger o orçamento da educação”, apesar das dificuldades económicas causadas pela pandemia da doença SARS-CoV-2.

Em África, que vive um forte surto de pandemia há vários meses, a Unicef estima que 32 milhões de crianças tiveram as suas escolas encerradas ou não voltaram quando os estabelecimentos foram reabertos. A isso, soma-se os 37 milhões de crianças que já estavam fora da escola antes da pandemia.

Na região da Ásia-Pacífico quase metade das escolas encerrou por mais de 200 dias e na América Latina e no Caribe, que viram tempos recordes de encerramento, as escolas em 18 países estão ainda totalmente ou parcialmente encerradas devido à pandemia, referiu ainda Elder. “A educação, a segurança, os amigos e a comida foram substituídos por angústia, violência e adolescentes grávidas”, declarou o porta-voz, que citou o exemplo do Uganda, onde a gravidez entre crianças e jovens entre 10 e 24 anos aumentou 20% entre março de 2020 e junho deste ano.

Ensino à distância fora do alcance

No sudeste da Ásia e no Pacífico, 80 milhões de crianças não tiveram acesso a ensino à distância enquanto as suas escolas estavam encerradas. As escolas no Uganda, por exemplo, ficaram fechadas por 306 dias e apenas 0,3% das famílias tinham uma conexão com a Internet.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.169.966 mortos em todo o mundo, entre mais de 194,6 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Press.

C/Observador.pt

Sair da versão mobile