Liderança do MpD continua sob o comando de Ulisses C. e Silva

A liderança do MpD vai continuar nas mãos de Ulisses Correia e Silva por decisão da expressiva maioria dos militantes do partido que participaram ontem nas eleições internas. Dados provisórios indicam que o actual Primeiro-ministro obteve mais de 90 por cento dos votos, tendo Ulisses C. Silva declarado que os militantes compreenderam o que estava em jogo e legitimaram a sua liderança.

O vencedor do escrutínio pediu ao opositor Orlando Dias para aceitar os resultados, já que a diferença foi abismal nas urnas. Ulisses Silva refutou, entretanto, as denúncias de irregularidades feitas pela outra lista, enfatizando que o Gabinete de Apoio ao Processo Eleitoral funciona e que o MpD é uma instituição credível.

Porém, Orlando Dias voltou a insistir na existência de um esquema de “fraude generalizado”, mesmo após o resultado das eleições. Para este candidato, essa fraude terá influenciado o resultado da corrida à presidência do MpD. Relembra que chegou a revelar em várias ocasiões as irregularidades e a grande desigualdade havida entre as candidaturas, com Ulisses C. Silva a beneficiar da utilização dos recursos tanto do partido quanto do Estado.

Para ele, esse esquema funcionou muito bem e deixou claro que o líder do MpD sai fragilizado ao fim de 10 anos à frente dessa força política. Para Dias, parte considerável dos militantes já não se reve na pessoa do presidente reeleito e a abstenção foi a grande vencedora desse embate político. Segundo Orlando Dias, embora os votos tenham ficado muito aquém do esperado pela sua lista, traduzem uma manifestação clara de pujança e do futuro das ideias que corporiza.

As eleições decorreram em Cabo Verde e no estrangeiro, tendo os militantes exercido o direito ao voto em países domo Guiné-Bissau, Senegal, S. Tomé e Príncipe, Angola, Portugal, Espanha, França, Holanda… A nível nacional, conforme dados revelados pelo presidente do Gabinete de Apoio ao Processo Eleitoral, houve 28 mil eleitores e 4 mil na diáspora, distribuídos por 312 mesas de votos, sendo 283 no território nacional e 29 nos países da emigração.  

Para Silvano Barros, a disputa decorreu num “bom clima” e com “participação expressiva dos militantes”. Sobre as denúncias de fraude, o presidente do GAPE garantiu que não teve conhecimento de nenhuma situação que pudesse comprovar essa informação. Admite que possa ter havido um ou outro incidente irrelevante, o que não invalida o resultado provisório das eleições no MpD.

C/ Expri e Inforpress

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