A cabeça-de-lista da UCID para o círculo eleitoral da Europa e resto do mundo diz que uma das maiores aposta do seu partido na diáspora assenta na criação de um «fundo de solidariedade ao emigrante», a ser financiado pelo Estado e também pelos próprios emigrantes. Ana Soares, em entrevista ao Mindelinsite, considerou que a diáspora funciona como uma mais valia para Cabo Verde pelo que, a União Cabo-verdiana Independente e Democrática pretende valorizar essa contribuição dos emigrantes e criar uma politica de « união da diáspora cabo-verdiana».
A candidata a deputada pelos democratas-cristãos indicou ainda ser necessário o reconhecer da importância e a enorme potencial da diáspora. « Para isso precisamos criar políticas e instrumentos que permitam aos nossos emigrantes terem um maior envolvimento com Cabo Verde e uma maior integração nos países de acolhimento, designadamente através da participação politica, económica, social e cultural », realça Ana Soares, que concorre a uma cadeira na casa parlamentar, em representação da UCID.
Mostrou a determinação da força política pela qual concorre em fazer de tudo para melhorar a situação dos emigrantes cabo-verdianos nos países de acolhimento e manter sempre a boa relação com esses mesmos países. Fez saber ainda que a UCID pretende igualmente privilegiar o diálogo com a juventude no sentido de fazer esta camada interessar pela descoberta da história cabo-verdiana, bem ainda encetar acções de intercâmbios de experiências no que diz respeita a produção intelectual e artística na diáspora, com a intenção de apoiar e fomentar o aparecimento de novos talentos nas várias áreas da cultura, das artes e da literatura.
«Pretendemos reforçar os serviços dos postos consulares para diminuir o tempo de espera, modernizar o atendimento aos emigrantes e transformar as representações em verdadeiras casas de cidadão » realçou Ana Soares, referindo ainda que a UCID pretende trabalhar para a facilitação do processo de desembaraço alfandegário dos processos ligados aos emigrantes e diminuir as burocracias e os custos das pertences.
A UCID também, de acordo a candidata pela Europa, acabar com o preço único aplicado no levantamento dos pertences, ou seja, das pequenas encomendas. Segundo Ana Soares, consta ainda na Plataforma Eleitoral da UCID, a regulamentação da lei sobre o Estatuto do Investidor Emigrante, de modo à garantir a segurança jurídica das suas normas e o reforço dos direitos e garantias nela asseguradas.
Gabinete de apoio ao emigrante
Outra ideia avançada é intenção de criar um gabinete de apoio ao investidor da diáspora, para ajudar e facilitar o micro e pequeno investimento nas comunidades caboverdianas dirigido a Cabo Verde. De acordo com a candidata da UCID pela Europa e resto do mundo, pretende-se que esse esse gabinete, que deve actuar em estreita coordenação com a rede diplomática e consular, terá a competência de acompanhar projetos em curso ou em perspectiva, estimular e orientar as iniciativas de internacionalização de empresas de base regional.
A UCID pretende ainda para a diáspora a criação de incentivos ao mérito para as associações que se destacam nas suas atividades em prol das comunidades que servem, e também apoiar as plataformas e associações de emigrantes no território nacional.
Ana Soares acusa, por outro lado, as intituições cabo-verdianas de descriminarem os emigrantes, apontando o dedo desde a Polícia em Cabo Verde (seja de Segurança Pública ou de Estrangeiros e Fronteiras), nas alfândegas, nos transportes aéreos, nos aeroportos e nos serviços de Administração pública. A esse propósito enfatizou que será uma das primeiras acções que a UCID irá trabalhar na próxima legislatura.
Lembra que a UCID foi formada na diáspora por emigrantes cabo-verdianos e, no entender da candidata pela Europa nas legislativas de 18 de mes, é o único partido capaz de compreender as preocupações e os anseios dos emigrantes que pelos interesses sempre lutou e defendeu. Chama, entretanto, a atenção de que estas eleições devem ser ser livres, justas e transparentes e demostrou preocupação em relação ao que possa vir a acontecer durante o processo de eleições. «Tememos casos em que eleitores podem ser impedidos de votar devido a falhas na organização e gestão do processo, também relacionados com irregularidades nas mesas de voto, tais como a diferença entre número de eleitores e de votos apurados ».
Em jeito de remate, sublinhou que o país está praticamente parado e o povo já se manifesta cansado, pelo que disse ser necessário que se unem todos em torno de um projeto comum em nome de Cabo Verde, colocando os interesses da nação acima dos interesses particulares e de grupo. Lamentou ainda as dificuldades em fazer campanha devido as restrições sanitárias esta se assenta sobretudo em contactos através das redes sociais.
João do Rosário