A Guarda Costeira está a “palmilhar” o mar de Cabo Verde com a missão de interceptar barcos e botes de pesca que estejam a transportar passageiros clandestinos entre as ilhas. A informação foi avançada pelo ministro da Economia Marítima ao Mindelinsite, realçando que as autoridades estão neste momento apreensivas com o transporte de pessoas da Boa Vista, ilha em quarentena até 4 de Abril, para outras partes do arquipélago. Aliás, o ministério da Saúde publicou um aviso na sua página no Facebook apelando às pessoas que saíram da Boa Vista há cerca de uma semana para contactarem as delegacias de saúde das ilhas onde se encontram. Isto porque há fortes desconfianças que funcionários do hotel onde o turista inglês infectado esteve hospedado terão regressado a Santiago e a Santo Antão, depois de despedidos por causa da crise do coronavírus.
“A Guarda Costeira está a reforçar esse controlo que se mostra necessário neste momento. Aproveitamos para relembrar que transportar passageiros em botes e barcos de pesca é crime”, frisa o ministro Paulo Veiga, acentuando que os infractores podem ser presos, se pegos nessa prática. Para o governante, neste momento de crise é essencial que cada um faça a sua parte para proteger a sua pessoa e por arrastamento os outros.
Abordado pelo Mindelinsite sobre informações que davam conta de um suposto problema no Porto Grande com as embarcações San Gwan e Liberdadi, Paulo Veiga negou que os barcos tenham vindo da Boa Vista e que, por essa razão, estariam a ser impedidos de atracar e desembarcar os passageiros. Segundo o ministro, estas unidades não passaram pela ilha das dunas, que se encontra de momento em quarentena. Deste modo, San Gwan fez a ligação Sal – S. Nicolau – S. Vicente, enquanto Liberdadi ligou as ilhas do Sal – Santiago – S. Vicente. Ainda ontem, acrescenta, o navio Padre Benjamim esteve a descarregar botijas de gás no Porto de Sal-Rei, mas ninguém foi autorizado a desembarcar.
Segundo Paulo Veiga, as autoridades estão a reforçar a capacidade de resposta na ilha da Boa Vista ao problema que passou a enfrentar oficialmente, com a descoberta de um caso positivo de coronavírus. Ainda ontem partiu um contingente do Porto da Praia para a ilha das dunas, constituído por 21 militares das Forças Armadas, 2 técnicos do Serviço Nacional de Protecção Civil e 2 enfermeiros dos Bombeiros da Praia. A missão é reforçar as capacidades locais de controlo e resposta à doença e assegurar a aplicação das regras de restrição. Conforme informação publicada na página Militares de Cabo Verde, o grupo leva ainda um conjunto de materiais, entre os quais equipamentos de protecção individual, tendas, lanternas, mantas e drone para reconhecimento e mapeamento. Estava ainda prevista a saída de mais 20 militares de S. Vicente para a Boa Vista com o mesmo propósito.
Kim-Zé Brito